ATA DA OCTOGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 15-9-2010.

 


Aos quinze dias do mês de setembro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, João Antonio Dib, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulo Marques, Pedro Ruas, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Mario Manfro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 163/10 (Processo nº 3335/10). Também, foi apregoado o Ofício nº 854/10, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/10 (Processo nº 3383/10). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 628/10, do senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Sustentação do Negócio da Caixa Econômica Federal – CEF –; 3247/10, da senhora Fernanda Almeida Cappelini, Supervisora de Sustentação ao Negócio da CEF; 3365 e 3369/10, da senhora Graça Cristina Freire de Campos, Coordenadora de Sustentação ao Negócio da CEF. Às quatorze horas e dezenove minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, o senhor Presidente registrou o transcurso, no dia de hoje, do aniversário do vereador Tarciso Flecha Negra, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07 (Processo nº 6777/07), Veto Parcial. Foi votado destacadamente e rejeitado o artigo 68 da Lei Complementar nº 646, considerando-se mantido o Veto oposto, por doze votos SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Juliana Brizola, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença, votado Não os vereadores DJ Cassiá, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção o vereador Nelcir Tessaro. Na oportunidade, a vereadora Fernanda Melchionna e o vereador Pedro Ruas manifestaram-se acerca da votação do artigo 68 da Lei Complementar nº 646. Foi votado destacadamente e rejeitado o inciso VI do § 8º do artigo 107 da Lei Complementar nº 434, considerando-se mantido o Veto oposto, por doze votos SIM, doze votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, João Bosco Vaz, Juliana Brizola, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal, votado Não os vereadores Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mario Manfro, Nilo Santos, Paulo Marques, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e optado pela Abstenção os vereadores Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Nelcir Tessaro e Pedro Ruas. Foi votado destacadamente e rejeitado o § 1º do artigo 110 da Lei Complementar nº 434, considerando-se mantido o Veto oposto, por oito votos SIM e vinte e três votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Sebastião Melo, Reginaldo Pujol, Airto Ferronato e Sofia Cavedon, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Pedro Ruas e Sofia Cavedon e Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Na ocasião, o vereador Nilo Santos manifestou-se acerca do pronunciamento da vereadora Fernanda Melchionna durante o encaminhamento à votação do § 1º do artigo 110 da Lei Complementar nº 434, tendo-se manifestado a respeito a vereadora Fernanda Melchionna. Foi votado destacadamente e rejeitado o artigo 103 da Lei Complementar nº 646, considerando-se mantido o Veto oposto, por três votos SIM, vinte e cinco votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os vereadores Carlos Todeschini, Mauro Pinheiro e Toni Proença, votado Não os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Sebastião Melo e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção o vereador Nelcir Tessaro. Foi votado destacadamente e rejeitado o § 1º do artigo 139 da Lei Complementar nº 434, considerando-se mantido o Veto oposto, por oito votos SIM, vinte votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Sebastião Melo e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção o vereador Nelcir Tessaro. Foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, em sua parte vetada e não destacada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por vinte e sete votos NÃO, tendo votado os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 221/09 (Processo nº 4998/09), em sua parte vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por quatro votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Sebastião Melo, Adeli Sell, Sofia Cavedon, Pedro Ruas, Engenheiro Comassetto, Beto Moesch e Idenir Cecchim e encaminhado à votação pelo vereador Aldacir José Oliboni, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni e Engenheiro Comassetto e a vereadora Sofia Cavedon e Não os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 221/09, os vereadores Pedro Ruas, João Bosco Vaz e Mauro Zacher e as vereadoras Fernanda Melchionna e Maria Celeste cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos vereadores Aldacir José Oliboni, Sebastião Melo, Bernardino Vendruscolo, Pedro Ruas e Adeli Sell. Em continuidade, por solicitação do vereador Dr. Thiago Duarte, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Delmar Barbosa Pavão, falecido no dia nove de setembro do corrente. Também, foi registrada a entrega, pelos senhores vereadores, de mimo ao vereador João Antonio Dib, em alusão ao transcurso da Semana da Pátria. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 015/10 (Processo nº 0541/10), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por sete votos SIM, doze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Engenheiro Comassetto e Luiz Braz, tendo votado Sim os vereadores Aldacir José Oliboni, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença, votado Não os vereadores Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Mario Manfro, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção os vereadores Dr. Raul e Nelcir Tessaro. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 015/10, os vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo e Pedro Ruas cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos vereadores Engenheiro Comassetto e Luiz Braz e à vereadora Fernanda Melchionna. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Idenir Cecchim, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 115/09 (Processo nº 2731/09), após ser discutido pela vereadora Fernanda Melchionna e pelo vereador Idenir Cecchim e encaminhado à votação pelos vereadores Engenheiro Comassetto, Mauro Zacher, Dr. Raul, Toni Proença e João Antonio Dib. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 115/09. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 115/09. Na oportunidade, a vereadora Fernanda Melchionna manifestou-se acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 115/09. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados os Projetos de Resolução nº 009 e 014/10 (Processos nos 1165 e 1917/10, respectivamente). Às dezessete horas e quarenta e dois minutos, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 131/10; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 143 e 155/10 e o Projeto de Resolução nº 024/10. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Nelcir Tessaro, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Resolução nº 043/09 (Processo nº 5182/09). Também, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador Dr. Thiago Duarte, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do encerramento da Ordem do Dia da presente Sessão. Ainda, por solicitação do vereador Dr. Thiago Duarte, foi realizada verificação de quórum, constatando-se sua existência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Dr. Thiago Duarte, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, este pela oposição, Sofia Cavedon e João Antonio Dib. Às dezessete horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Durante a Sessão, foi registrada a presença, neste Plenário, do senhor Valter Nagelstein, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Às dezoito horas e treze minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel e secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Peço que o Ver. Tarciso Flecha Negra se aproxime para receber o cartão de felicitações pelo seu aniversário.

 

(Procede-se à entrega do cartão.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Na última Sessão Ordinária, nós paramos na votação do item 6, indicativo 17 dos Vetos ao Plano Diretor.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, só por uma questão de esclarecimento das pessoas que estão nos acompanhando hoje no Plenário: esta é a Emenda da orla, que já discutimos na Plenária passada, em que não há, hoje, espaço para discussão. Como as pessoas que estão nas galerias vieram fazer a sua manifestação, vale a pena registrar qual é a votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Registramos que esta Emenda é justamente aquela que foi encaminhada: é a Emenda do Ver. Airto Ferronato, referente à delimitação em sessenta metros para construções na orla do Guaíba.

 

O SR. PEDRO RUAS: Na mesma linha, Sr. Presidente, peço um esclarecimento: ainda há possibilidade de encaminhamento da tribuna?

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não, porque já estava em votação; haviam-se encerrado os encaminhamentos.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6777/07 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/07, que altera e inclui dispositivos, figuras e anexos na Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre (PDDUA) –, e alterações posteriores, e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CEPDDUA – Comissão Especial do Plano Diretor.

a)      Pela manutenção do Veto Parcial:

1)                 ao art. 5º da Lei Complementar nº 646, de 22 de julho de 2010;

2)                 ao art. 10 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

3)                 ao inc. I do “caput” do art. 22 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, incluído pelo art. 14 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

4)                  ao § 3º do art. 22 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 14 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

5)                  ao inc. XIII do art. 32 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 18 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

6)                  ao inc. XV do art. 32 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 18 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

7)                  aos §§ 1º e 2º do art. 64-A da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluídos pelo art. 46 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

8)                  ao art. 53 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

9)                  ao art. 55 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

10)              ao inc. III do art. 78 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 58 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

11)              ao § 4º do art. 79 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 59 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

12)              à al. “d” do inc. I e à al. “f” do inc. II do art. 113 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluídas pelo art. 94 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

13)              ao § 7º do art. 135 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 111 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

14)              ao inc. III do § 1º do art. 138 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 114 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

15)              aos §§ 7º e 10 do art. 138 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluídos pelo art. 114 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

16)              ao art. 118 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

17)              ao § 1º do art. 144 da Lei Complementar nº 434, de 1999, alterado pelo art. 122 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

18)              ao § 3º do art. 144 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 122 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

19)              ao § 9º do art. 159 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 134 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

20)              ao art. 135 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

21)              ao inc. XIII do art. 164 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 139 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

22)              ao parágrafo único do art. 164 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 139 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

23)              ao art. 151 da Lei Complementar nº 646, de 2010; e

24)              ao art. 152 da Lei Complementar nº 646, de 2010.

 

b) Pela rejeição do Veto Parcial:

1)                  ao inc. XI do art. 1º da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 1º da Lei Complementar nº 646, de 2010;

2)                  ao inc. XV do art. 1º da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, incluído pelo art. 1º da Lei Complementar nº 646, de 2010;

3)                  ao art. 16 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

4)                  ao inc. XIV do art. 32 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 18 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

5)                  ao art. 63 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

6)                  ao art. 68 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

7)                  ao art. 71 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

8)                  ao inc. VI do § 8º do art. 107 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 89 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

9)                  ao § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 91 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

10)              ao art. 95 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

11)              ao art. 103 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

12)              aos §§ 1º e 2º do art. 126 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluídos pelo art. 104 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

13)              aos §§ 8º e 9º do art. 135 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluídos pelo art. 111 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

14)              ao inc. II do § 1º e ao § 3º do art. 138 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído e alterado, respectivamente, pelo art. 114 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

15)              ao § 11 do art. 138 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 114 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

16)              ao § 1º do art. 139 da Lei Complementar nº 434, de 1999, alterado pelo art. 115 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

17)              ao § 1º do art. 149 da Lei Complementar nº 434, de 1999, alterado pelo art. 125 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

18)              ao art. 148 da Lei Complementar nº 646, de 2010;

19)              ao art. 149 da Lei Complementar nº 646, de 2010; e

20)              ao art. 150 da Lei Complementar nº 646, de 2010.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 31-08-10 (terça-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação nominal, em destaque, o art. 68 da Lei Complementar nº 646/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Mantido o Veto por 12 votos SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação, em destaque, o inc. VI do § 8º do art. 107 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 89 da Lei Complementar nº 646/10. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Em votação nominal, em destaque, o inc. VI do § 8º do art. 107 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 89 da Lei Complementar nº 646/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Mantido o Veto por 12 votos SIM, 12 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.

Em votação nominal, em destaque, o § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 91 da Lei Complementar nº 646/10. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação, em destaque, do § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 91 da Lei Complementar nº 646/10.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, eu quero fazer uma saudação especial aos companheiros e às companheiras de vários movimentos que estão hoje presentes na Câmara Municipal para lutar pelos seus direitos; lutar pelo direito de viver numa cidade que respeite o meio ambiente, que preserve a natureza, que respeite a vida. Pelo direito de ser ouvido e de manifestar a sua opinião com relação a um tema tão importante para os gaúchos e para os porto-alegrenses, que é a orla do nosso rio; para discutir temas tão importantes como a Emenda que vai ser votada agora, que tem a ver com habitação popular. Esse tipo de debate não pode ser votado sem ter discussão nesta tribuna. É muito saudável para a Câmara Municipal, para os Vereadores e para as Vereadoras, discutir questões relevantes como é o caso da nossa orla. Eu sei, nós já havíamos feito a discussão, na quarta-feira passada, mas parece-me que, de fato, houve um erro grave, Verª Juliana, porque o Prefeito Fortunati, ao vetar a Emenda do Ver. Ferronato, que previa os sessenta metros de preservação da orla, deveria ter chamado uma audiência pública para ouvir os porto-alegrenses sobre qual a opinião do percentual que deveria ser preservado da orla que é de todo o povo gaúcho.

Além disso, resta esclarecer para os Vereadores e para as Vereadoras que a Legislação Federal coloca quinhentos metros de preservação das áreas de rio, prezado César, prezado Eduardo, prezada Tânia, companheiros de tantas lutas. E nós, nesta Câmara, seguiremos lutando pelo bom, pelo justo e pelo necessário, que, neste caso agora, é a Legislação Federal.

A Legislação Municipal não pode desrespeitar uma lei internacional de preservação das áreas de orla, num momento tão crucial para a humanidade como são, prezado professor Felipe, as questões do aquecimento global, que tu discutes muito e és um exemplo dessa luta contra a degradação do meio ambiente. Então, eu queria dizer que eu lamento profundamente que esta Câmara esteja andando para trás, que esteja na contramaré, junto com o Prefeito Fortunati, do que deve ser a preservação das áreas fundamentais do nosso Município. Nós estamos vendo, em pleno ano de 2010, mais de dois mil incêndios, só no Brasil, fruto das mudanças climáticas, e eles seguem tratando o meio ambiente como uma mercadoria que tem de ser depredada, que tem de ser explorada, que tem de ser utilizada, Ver. Nilo.

E eu, nesta tribuna, falo como Vereadora, sobre os temas do Plano Diretor, com a autoridade daqueles que acompanham o debate, como qualquer Vereador ou Vereadora desta Casa. Mas acho que se cometeu um grande equívoco, e quero registrar o meu lamento profundo, Ver. Dib, de esta Câmara ter acompanhado este Veto absurdo do Prefeito Fortunati, porque, na nossa Comissão Especial, ele tinha sido rejeitado por consenso, por Vereadores e Vereadoras, e tinha sido preservada a Emenda dos sessenta metros do Ver. Airto Ferronato. E nós vimos que algumas ligações mudaram a opinião de muitos aqui.

E, ao mesmo tempo, a natureza segue dando uma resposta brutal, que atinge justamente as pessoas que moram em áreas irregulares, as pessoas de mais baixa renda, o que tem a ver com o aumento das queimadas, as enxurradas, fruto desse modelo depredatório.

E, por isso, eu quero encaminhar esta Emenda contra o Veto do Prefeito, a Emenda que previa que os valores oriundos da venda do Solo Criado serão direcionados exclusivamente para a habitação de famílias de baixa renda. Como pode o Prefeito vetar uma Emenda em que os recursos oriundos da venda do Solo Criado serão para construir casa popular, para quem não tem onde morar? Como pode o Prefeito vetar os recursos que eles dizem que nunca têm para resolver o problema da moradia, que esses não sejam destinados prioritariamente para as famílias de baixa renda, que passam as piores dificuldades, não só na moradia, mas no acesso à Saúde, no acesso à Educação, nos desastres ambientais? Mais uma vez, nós vemos, infelizmente, que se governa para os ricos. Nós também temos a clareza de que a luta, que a mobilização há de mudar essa situação. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, eu gostaria de fazer uma sugestão de que fosse lida a Emenda, até para não termos esse tipo de confusão, pois são muitas Emendas para serem votadas, e a Verª Fernanda acabou encaminhando uma Emenda que já havia sido votada, de autoria do Ver. Ferronato. Dessa forma, vira uma confusão na cabeça de todos aqui.

Então, solicito seja feita a leitura de cada Emenda para que esse tipo de equívoco não mais ocorra.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, está feito o registro, Vereador.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Para um esclarecimento, Sr. Presidente: eu não cometi equívoco nenhum. Eu fiz uma discussão política, numa Casa política. Quem não gosta...

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação, em destaque do § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 91 da Lei Complementar nº 646/10.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nossos visitantes, senhoras e senhores, o que diz esta matéria, querida Verª Fernanda? Em 1999, sob a batuta do Governo Raul Pont, esta Casa fez o terceiro Plano Diretor. E o Lauro Hagemann, brilhante Vereador desta Cidade, trouxe essa matéria à tona e criou o chamado Solo Criado. Solo Criado é a venda de índice destinado para moradia de baixa renda, Ver. Haroldo. Passaram-se os anos, e nada aconteceu! Esta Casa aprovou aqui uma Lei, que veio do Executivo - muito costurada -, dizendo que da venda dos índices do Solo Criado, Presidente, 85% fica para moradia e 15% vai para se tentar refazer uma Secretaria que está absolutamente sucateada, que é a chamada SPM.

Perdoe-me o Secretário Márcio Bins Ely, mas a primeira coisa que tinha que fazer a Secretaria seria derrubar as paredes para acabar com a burocracia. Deveria criar um cadastro de aprovação unificada, pois não pode um projeto levar três, quatro meses de uma Secretaria para outra. Não pode ter Secretaria que mande mais que o Gabinete do Prefeito desta Cidade - e tem! E é em nome disso que votei favorável ao Fundo, Ver. Márcio. Mas eu espero que V. Exª faça a sua parte, que V. Exª faça a celeridade necessária.

Portanto, este Veto tem de ser mantido, em nome da coerência desta Casa - ou nós cometemos incoerência ao votarmos o Fundo, e acho que foi votado por uma esmagadora maioria. Então, não se trata de tirar dinheiro para casas de pessoas de baixa renda; trata-se de adequar: 85% vai para moradias para famílias de baixa renda e 15% fica para instrumentalizar uma Secretaria, que, na minha avaliação, Ver. Márcio - V. Exª é um Vereador jovem, é um jovem Secretário, e está na hora da EPTC mandar menos do que a SPM; está na hora da SMAM mandar menos do que a SPM; está na hora de V. Exª dizer: “O que é planejamento da Cidade, é conosco”.

Nós fomos referência nacional. Nós exportamos para várias partes do País o modelo de planejamento; hoje não somos mais. Portanto, eu quero dizer que voto, sim, pela manutenção do Veto, mas fiz questão de fazer este esclarecimento: nós não estamos tirando dinheiro da habitação popular; nós estamos adequando. Tão importante quanto fazer habitação popular é modernizar a máquina que cuida de toda a Cidade e do planejamento como um todo da Cidade. E como não temos outros recursos de outras localidades, de outras rubricas, nós criamos, inteligentemente, o destino de 15%.

Portanto, com toda a tranquilidade, também quero dizer o que eu já disse em outra oportunidade. Eu era Presidente desta Casa, eu não votei a Emenda anterior, porque acho que Presidente da Casa - infelizmente este Regimento está errado; Presidente não tem que votar, só no caso de empate; sei que vocês têm feito abstenção, eu fiz isso muitas vezes, quando não tinha empate - não deve votar.

Eu quero dizer, com toda a sinceridade, Verª Sofia - V. Exª já foi Governo durante dezesseis anos, é uma brilhante Vereadora -, que não se resolve a orla do Guaíba, com todo o respeito, apenas com Emenda. Eu resolvo com um plano urbanístico para a orla do Guaíba; na minha avaliação. Eu acho, Ver. Ferronato, que V. Exª deixa aqui um debate picando. V. Exª nos coloca na obrigação de cobrar do Governo uma proposta de um Plano Diretor para orla do Guaíba. Eu quero dizer que quero ser o primeiro da fila, Ver. Ferronato, junto com Vossa Excelência.

Os técnicos da Secretaria, a sociedade civil organizada, o Márcio Bins Ely, têm que nos apresentar um Plano Diretor da orla do Guaíba, e, sobre ele nós vamos debater e vamos aprovar esse Plano. A gente pode até retomar essa discussão lá...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação, em destaque, do § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 91 da Lei Complementar nº 646/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na mesma linha do Ver. Sebastião Melo, sustento uma posição já colocada em outros momentos. Primeiro, nós fomos votos vencidos quando do estabelecimento da proposta que foi enviada ao Sr. Prefeito para ser sancionada. Mais do que colocar esses recursos do Solo Criado para habitação da população de baixa renda e para a infraestrutura pública dessas áreas, nós queríamos colocar claramente que era à conta do Departamento Municipal de Habitação, para ficar plenamente assegurado que esses recursos seriam, obrigatória e necessariamente, utilizados na habitação popular e nas suas consequências. É evidente que, Sr. Presidente, na ocasião, a maioria da Casa decidiu manter o que era a proposta originária do Governo.

Qual é o fato novo que ocorreu entre aquele momento e o Veto do Sr. Prefeito Municipal? O fato novo é que, entre a votação, que ocorreu em novembro do ano passado, Ver. Beto Moesch, até a sanção do Projeto, decorreram mais de seis meses. Nesses seis meses, o Executivo enviou para a Câmara um Projeto de Lei, que acabou sendo por nós aprovado, e que gerou a Lei nº 644, de 2 de julho de 2010. Essa Lei reestrutura o Fundo Municipal de Planejamento Urbano e estabelece os regramentos específicos para a utilização do recurso oriundo do Solo Criado, estabelecendo que, num primeiro momento, haverá essa distribuição, já comentada pelo Ver. Sebastião Melo, de 15% para um Fundo de Planejamento Urbano, e 85% para a habitação popular, dirigidos, obviamente, às famílias de baixa renda. E, a partir de 1º de janeiro de 2015, os 85% a serem aplicados em habitação popular passam a ser 90%; e não mais 15%, mas sim 10% dos recursos do Solo Criado passam a ser utilizados no Planejamento Urbano - que são relevantes -, cujas consequências se farão sentir inclusive na própria política habitacional de interesse social, na medida em que as Áreas Especiais de Interesse Social são regradas por legislação ampla cujo controle passa pela Secretaria do Planejamento do Município.

Evidentemente, quando se fala em utilizar recursos para o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, não se quer restringir à burocracia da Secretaria do Planejamento, mas, sim, estruturá-la com mecanismos apropriados e ferramentas adequadas que lhe permitam realizar bem a sua tarefa, que hoje é questionada por todos nós, que achamos que a Secretaria se transformou em apenas um órgão de controle - um controle deficiente, no nosso juízo: ora rigoroso demais, ora leniente - e, de outra ponta, ausente na sua tarefa fundamental, que é a sua razão de ser, que é o planejamento urbano de Porto Alegre.

Nós queremos que a Cidade, que tem uma boa legislação urbana, fruto do trabalho desta Casa, especialmente, possa ter essa boa legislação efetivamente realizada através da uma atuação eficiente de um setor do Município que deve ser bem estruturado para que cumpra bem a sua finalidade.

Por isso, iremos votar favoravelmente à manutenção do Veto, eis que ele decorre de um amplo entendimento que gerou a aprovação do Projeto, por ampla maioria,...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação, em destaque, do § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 91 da Lei Complementar nº 646/10.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes, agora, há bem pouco tempo, vimos a nossa Emenda rejeitada, isso faz parte da discussão. A Câmara, por maioria, é que decide, mas eu já ouvi algumas manifestações de que este tema vai continuar, e nós estaremos junto.

Agora, estamos discutindo aqui o Veto do Prefeito, que pretende manter uma diferenciação daquilo que aprovamos originalmente, destinando parcela daqueles recursos oriundos da venda de Solo Criado para a Secretaria do Planejamento. Eu até teria aqui as minhas razões, meu caro Ver. Cecchim, de fazer tábua rasa e votar tudo contra, mas se eu fizesse isso, eu não estaria votando de acordo com os meus princípios e com a minha visão de administração pública.

Eu acredito que Porto Alegre precisa e deve ter uma Secretaria de Planejamento estruturada e bem forte, para que se planeje a Cidade para o futuro. Aliás, a Emenda dos sessenta metros dizia mais ou menos um começo disso, daí porque, meu caro Vereador, eu vou votar pela manutenção do Veto. Sei que talvez contrarie algumas posições - é do jogo -, mas eu acredito que 15% de recursos para a Secretaria do Planejamento é positivo para a Cidade e para a sua gente. Uma cidade do tamanho de Porto Alegre não pode, meu caro Ver. Nilo, ir caminhando, simplesmente caminhando; precisa caminhar com uma visão estratégica de futuro, Verª Juliana. Por isso, acho positivo mantermos o Veto, porque com isso estamos destinando parte daqueles recursos, que estão sendo discutidos agora, para a Secretaria do Planejamento.

Aqui, agora, quero fazer uma pequena referência, e já falei diversas vezes: estive no DEP, e, pela sua competência, pelo preparo dos seus servidores, e quando chegamos lá já havia planejamento e estudo de diversas obras. O que nós fizemos? Fizemos vinte e dois projetos - quase cem milhões de reais -, e encaminhei-os para o Ministério das Cidades, em Brasília. Hoje, diversos deles já foram executados, alguns estão em execução e outros serão executados, porque lá tínhamos um bom planejamento sobre o que fazer no futuro, e Porto Alegre precisa disto: de uma Secretaria de Planejamento aparelhada, competente e forte. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação, em destaque, do § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434/99, incluído o art. 91 da Lei Complementar nº 646/10.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, povo que está mobilizado em torno do tema da orla e da preservação da nossa Cidade, quero cumprimentá-los. Eu não me canso de dizer que Porto Alegre é privilegiada, mas precisa prestar muita atenção na mobilização e na organização da sociedade civil preocupada com seus destinos. Quero parabenizá-los e confraternizar com vocês, porque acho que se obtivermos alguns avanços, pelo menos em relação a algumas resistências de sucesso, é porque a cidadania está ativada.

Em nome da minha Bancada, queremos fazer um lamento político em relação aos sessenta metros, Ver. Airto Ferronato, e às diretrizes dadas para a orla, porque o Plano Diretor precisa ser conceitual, precisa dar nitidez aos governos para regulamentarem e desenvolverem as políticas públicas. Não quero dizer que, por não ser possível preservar, em toda a orla, os sessenta metros, não pudéssemos fazê-lo, Ver. Dib. É uma pena; acho que a Casa deixou de ouvir a sociedade que já manifestou, em muitos momentos, Ver. Nilo Santos, que não quer mais a sua orla invadida, modificada, aterrada, transformada pela especulação ou pelo uso meramente econômico desse espaço. Mais do que isso, ela quer a recuperação do acesso e da qualidade em torno do Rio Guaíba. E, nesse mesmo sentido, essa Emenda, que foi construída pelo Fórum das Entidades, se não me engano, e que foi vetada - não é Ver. Toni Proença? -, é exemplar no cuidado e na atenção da sociedade para com as necessidades da nossa Cidade, com a harmonia que a Cidade tem que ter entre moradores, moradia, ocupação urbana e meio ambiente. Ora, o recurso do Solo Criado já onera o nosso solo, quer dizer, nós estamos onerando a infraestrutura, porque nós precisamos de mais espaço para o trânsito, mais condições de vias. Quando nós colocamos mais andares em um edifício, quando nós aglomeramos pessoas em determinadas áreas, nós temos todo o tipo de consequência que necessita de recurso público.

É muito justo e muito bem pensado, pelo Fórum das Entidades, que esse recurso seja um recurso que vá para a população mais carente, que vá para moradia popular, para uma das áreas mais delicadas, necessitadas e que tem poucos recursos, para dar a condição de terem uma casa, um teto, uma moradia. Então, o Plano Diretor estabelecer isso como conceito, como diretriz, é fundamental. Se, em determinado momento, vai se fazer uma exceção, por um tempo, é diferente do que estabelecermos como indicação pétrea para a Cidade. Esse é um recurso novo, não é recurso orçamentário, é um recurso que o Município maneja, é um recurso que advém da construção de novos espaços e ele deve, nada mais justo, propiciar, subsidiar a moradia popular. E, se fosse avaliar que alguma área precisaria de suporte desse recurso, talvez fosse o próprio DEMHAB - que ficou alguns anos sem realizar projetos de moradia popular -, que deveria apresentar projetos, Ver. Carlos Todeschini, para buscar recursos, pensar alternativas de áreas, alternativas arquitetônicas inclusive. É verdade, Ver. Nilo Santos, mostre-nos quais são, de fato, as novas moradias populares. Nós passamos os primeiros quatro anos do Governo anterior sem que os arquitetos desenvolvessem projetos no DEMHAB. Essa era a indicação que nós tínhamos lá dentro. Se há um órgão que precisa ser equipado, precisa ter equipe, planejamento, criatividade, ação propositiva, esse é o DEMHAB. Então, se fosse para usar esse recurso, teria que ser o DEMHAB, e não o planejamento. Planejamento, Márcio Bins Ely, não pode depender de recursos extemporâneos, eventuais, tem que ter recurso orçamentário continuado, digno para uma cidade ter planejamento, e planejamento para melhorar, não essa desordem que está a cidade de Porto Alegre, onde não se tem diretrizes para...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação nominal, em destaque, o § 1º do art. 110 da Lei Complementar nº 434/99, incluído pelo art. 91 da Lei Complementar nº 646/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Mantido o Veto por 08 votos SIM e 23 votos NÃO.

Em votação, em destaque, o art. 103 da Lei Complementar nº 646/10. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Mantido o Veto por 03 votos SIM, 25 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação, em destaque, o § 1º do art. 139 da Lei Complementar nº 434/99, alterado pelo art. 115 da Lei Complementar nº 646/10. Eu vou ler o § 1º (Lê.): “No que se refere a equipamentos comunitários, o projeto de parcelamento deverá especificar a área destinada à instalação do prédio da sede para associação de moradores”. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Mantido o Veto por 08 votos SIM, 20 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação, em bloco, pela rejeição do Veto Parcial, os itens: 1) ao inciso XI do art. 1º da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 1º da Lei Complementar nº 646, de 2010; 2) ao inc. XV do art. 1º da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, incluído pelo art. 1º da Lei Complementar nº 646, de 2010; 3) ao art. 16 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 4) ao inc. XIV do art. 32 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 18 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 7) ao art. 71 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 10) ao art. 95 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 12) aos §§ 1º e 2º do art. 126 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluídos pelo art. 104 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 13) aos §§ 8º e 9º do art. 135 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluídos pelo art. 111 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 14) ao inc. II do § 1º e ao § 3º do art. 138 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído e alterado, respectivamente, pelo art. 114 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 15) ao § 11 do art. 138 da Lei Complementar nº 434, de 1999, incluído pelo art. 114 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 17) ao § 1º do art. 149 da Lei Complementar nº 434, de 1999, alterado pelo art. 125 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 18) ao art. 148 da Lei Complementar nº 646, de 2010; 19) ao art. 149 da Lei Complementar nº 646, de 2010; e 20) ao art. 150 da Lei Complementar nº 646, de 2010. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Mantido o Veto por 27 votos NÃO.

Encerrada a votação dos Vetos ao Plano Diretor.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4998/09 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/09, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que altera o art. 3º e inclui art. 3º-A na Lei nº 7.855, de 25 de setembro de 1996, e alterações posteriores, e inclui art. 4º-A na Lei nº 10.428, de 6 de maio de 2008, dispondo sobre recursos arrecadados relativos à Semana Farroupilha e ao Acampamento Farroupilha.

 

Parecer:

- da CCJ. Relatora Verª Maria Celeste: pela rejeição do Veto Parcial.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 02-09-10 (quinta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 221/09 com Veto Parcial. O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje; há poucos meses - em torno de três meses -, nós votamos, nesta Casa, um Projeto de Lei que obriga, na verdade, o MTG, a Secretaria Municipal da Cultura, os organizadores do evento da Semana Farroupilha, que acontece em Porto Alegre todos os anos, a fazerem uma prestação de contas após 30 dias da realização do evento.

O Prefeito Municipal aceitou essa parte do Projeto, e determinou, Ver. Bernardino, que, em trinta dias, houvesse uma prestação de contas, tanto pelo Diário Oficial, quanto pelo Portal Transparência; uma coisa positiva. Acho que salvou, dentro do Projeto, um fato importante, o que, inclusive, foi muito discutido aqui na Casa por alguns colegas Vereadores, pela dificuldade que se tem de fazer com que o MTG e a Secretaria Municipal da Cultura possam fazer uma prestação para a sociedade. Esta parte o Governo aceitou no Projeto de Lei; o Governo vetou, na verdade, os incisos II e III, que dizem que, parte desses recursos poderia ser destinada a investimentos em infraestrutura; recursos esses obtidos em parceria com a iniciativa privada. Vou dar um exemplo: o MTG, enfim, a organização da Semana Farroupilha tem algumas parcerias, como a cerveja Schincariol, que, no ano passado, deu duzentos mil reais para a organização do evento. O que nós estávamos condicionando é que, do montante desses recursos - dois milhões e quatrocentos mil - arrecadados, uma parte fosse destinada para a infraestrutura do Parque, porque nós percebemos que, após o evento, o Parque está praticamente destruído. Não há um compromisso desse movimento, dessa organização, em devolver o Parque em condições, da maneira como o recebeu, mas também trabalhar com a ideia de, em longo prazo, fazer um trabalho de drenagem, um trabalho de infraestrutura. Muitos colegas Vereadores - como, por exemplo, o Ver. Bernardino - defendem a questão de um parque temático; temos que pensar em daqui a dez anos, daqui a vinte anos. E nós percebemos que, neste ano, com as intensas chuvas, realmente ficou, durante muitos dias, intransitável o local interno do Parque.

Então, seria muito correto e de bom tamanho dizermos ao MTG, à Secretaria Municipal da Cultura e à comissão tripartite de organização desse evento, que parte desses recursos, sim, 10% deles, sejam investidos na infraestrutura do Parque. Pois o Governo vetou essa parte. Por isso que o Veto é Parcial.

Então, peço que os colegas Vereadores aceitem o Parecer da CCJ, que não aceitou o Veto; a CCJ derrubou o Veto do Prefeito, isto é, aceitou que parte desses recursos deve, sim, retornar e ser investida no Parque.

Portanto, o que peço aqui é um apoio dos nobres colegas Vereadores, no sentido de que possamos, Ver. Pedro Ruas, de fato, acompanhar o Parecer da CCJ - V. Exª que é Presidente da CCJ - que, em tese, foi apresentado pela Verª Maria Celeste, mas acompanhado pelos colegas Vereadores - e sinaliza-me o Pedro Ruas, dando certeza -, e que possamos então acompanhar o Parecer da CCJ, derrubando o Veto e fazendo que esse evento tenha um mínimo de recursos destinados e investidos, a cada ano, na infraestrutura, porque a outra parte da prestação de contas, que era uma vontade de todos os Vereadores, de todos os piquetes, de todos aqueles que frequentam o Parque, já foi contemplada no Projeto de Lei.

Portanto, peço o apoio dos nobres Pares.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir Oliboni continua com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado.

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para cumprimentá-lo, Ver. Oliboni, pelo Projeto. E mais, como foi maioria na CCJ - Comissão de Constituição e Justiça -, nós temos a absoluta convicção de que há legalidade e constitucionalidade no seu Projeto; e o mérito é indiscutível. Portanto, parece que hoje é o momento, o dia, de fazermos justiça à causa que V. Exª sustenta no Projeto, derrubando o Veto do Prefeito.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, nobre colega Ver. Pedro Ruas.

Vejam só o que diz o próprio Governo, quando menciona os argumentos para o Veto Parcial: “O Projeto é meritório, bem-intencionado e atende ao interesse público e local. Pois a Semana Farroupilha é um dos eventos mais tradicionais de promoção da cultura gaúcha, e, a cada ano, tem-se fortalecido, com a adesão dos tradicionalistas, das famílias, dos visitantes e de todos os turistas que acompanham este evento. Assim, em razão da expansão do evento, que une a atuação do Poder Público e a parceria com a iniciativa privada, e diante da necessidade de transparência da utilização dos recursos públicos envolvidos para a plena realização da Semana Farroupilha, entendo pertinente instituir prestação de contas após a sua realização. De igual forma, vem ao encontro desse propósito a criação do Conselho Gestor”. Pois o Conselho Gestor, que é uma comissão tripartite - entre o MTG, a Secretaria da Cultura e a Câmara -, Ver. Bernardino, que é o autor, inclusive, do Projeto de Lei que regulamenta a Semana Farroupilha, vem, com certeza, contemplar o que nós falamos aqui: um compromisso público da prestação de contas no Diário Oficial e também no Portal Transparência. Mas é importante dizermos ao Prefeito que parte desses recursos tem que voltar para a sociedade em infraestrutura, como, por exemplo, na drenagem do Parque. Portanto, peço o apoio dos nobres Vereadores, para acompanhar o Projeto da CCJ, que sugere a derrubada do Veto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Ver. Oliboni, eu quero pedir a sua compreensão, pois vou votar com o Prefeito. Mas eu quero dar méritos a V. Exª por também fazer este enfrentamento, e quero dizer por que vou votar com o Prefeito. Porque as contas, os resultados financeiros do Acampamento, empatam ou dão negativo. E quem está ganhando dinheiro ali são aqueles que nós já estamos investigando há bastante tempo. Eu espero, Ver. DJ Cassiá, V. Exª que é Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, que V. Exª possa dar andamento, não agora, porque nós estamos vivendo o momento dos festejos farroupilhas e também o momento eleitoral, mas que se possa fazer isso, Ver. DJ Cassiá, com toda a independência possível, com toda a isenção possível, para que nós possamos, de uma vez por todas, dizer que aquilo ali, Ver. Cecchim, Ver. Sebastião Melo, é área pública; que este Acampamento recebe verba pública. É inadmissível que nós, Ver. Oliboni, permaneçamos aceitando que particulares ganhem injustamente, da forma como estão ganhando, e há muitos anos. Não é deste Governo, já é lá do seu Governo, é de governos passados, e nós precisamos mudar isto. Eu quero pedir-lhe compreensão. Eu vou votar agora com o Governo, mas estarei irmanado com V. Exª, se o meu Governo, este de que eu faço parte, não fizer o enfrentamento, não enviar um Projeto para cá, porque nós precisamos mudar tudo o que está ali. Eu acho justo que as pessoas que trabalham ganhem pelo que fazem. Agora, tem gente que está ganhando ali sem fazer e não está prestando contas, Presidente; não está prestando contas daquilo que deveria prestar, Ver. João Antonio Dib, representante do Governo aqui.

O mínimo que as pessoas, que as entidades devem fazer, quando têm recursos públicos envolvidos, é prestar contas, e não estão fazendo como deveriam fazer. Nós vamos segurar agora, em vista dos festejos farroupilhas, do momento eleitoral, e vamos retomar isso lá na frente, porque não é justo, é inadmissível nós aceitarmos aquilo que está posto.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Vendruscolo, eu o cumprimento pela sua postura. Eu também quero cumprimentar o Ver. Oliboni, mas, principalmente, quero cumprimentar o Prefeito por ter acatado a parte essencial deste Projeto: a prestação de contas. Eu já estive na tribuna, defendendo a prestação de contas. É obrigação de qualquer cidadão que use qualquer coisa pública, principalmente um espaço nobre, como este do Parque Harmonia, prestar contas. Então, cumprimentos o Prefeito Fortunati por manter a essência, e cumprimento V. Exª pela posição correta que está adotando.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Serei muito breve. Apenas cumprimento V. Exª pela posição, e digo mais, Vereador, este é o momento de derrubarmos este Veto, porque V. Exª sabe que ali estão acontecendo irregularidades graves, inclusive denunciadas por V. Exª, no início, de forma muito correta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: É verdade. Só que eu não estou convencido da segunda parte proposta pelo meu querido Ver. Oliboni, se o que está proposto é o melhor caminho. Ainda que eu faça o registro da sua intenção, elogiando o seu gesto e aquilo a que se propõe. O meu tempo termina, eu lhe peço compreensão, mas estarei junto no segundo tempo!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Registro a presença do Vereador desta Casa e Secretário da SMIC, Valter Nagelstein.

 O SR. DR. THIAGO DUARTE (Requerimento): Eu solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Delmar Barbosa Pavão, morador da Restinga, carnavalesco, radialista, goleiro do Primavera, do bairro Santana.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Após a votação do Veto, nós faremos um minuto de silêncio, conforme o requerido.

O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não poderia, Ver. Oliboni, deixar de me manifestar. Em primeiro lugar, eu gostaria de lhe dar os parabéns pela sua iniciativa, por sua coragem, porque, nesses seis meses que eu estou como Presidente da CEDECONDH, vários debates, Ver. Bernardino, foram feitos naquela Comissão sobre a questão do Parque da Harmonia, da Semana Farroupilha. Um evento que orgulha a todos nós, mas que deixa dúvidas em relação a algumas questões, principalmente no que diz respeito à prestação de contas.

Salvo melhor juízo, Ver. Sebastião Melo, trata-se de uma área pública, ali a manutenção da Semana Farroupilha é paga por aquele trabalhador que pega o ônibus às 5h30min da manhã, com uma marmita, e volta às dez da noite para sua casa. Porque ali tem prestação de serviço da SMOV, da SMAM, do DMLU, enfim, de outros órgãos que são pagos pelo trabalhador. Ah, mas é a Schin, é a Oi, ou seja lá quem for que patrocine, é um dinheiro privado, que não tem nada a ver, que não é do Município, não é do Estado! Tem sim, senhor! Tem pelo seguinte: aqui atrás tem um estacionamento, que os senhores devem ter visto na entrada, custa dez reais! E aquela área é pública! Para onde está indo aquele dinheiro? Eu quero saber! Aqui atrás! Se um dos senhores aqui das galerias encostar o seu carro ali, terá seu carro guinchado e será multado! Agora, alguém tem que prestar contas para onde está indo esse dinheiro!

Eu acho, Ver. Sebastião Melo, que, após passar a Semana Farroupilha, Ver. Bernardino, após passar esse evento, nós temos que sentar com o Prefeito, sentar com os movimentos tradicionalistas, enfim, fazer uma audiência pública, chamar a sociedade, Ver. Oliboni, e zerar. E aí, sim, mas vamos deixar passar as eleições.

Esta Casa recebeu a prestação de contas do Município, e a prestação de contas da Secretaria da Cultura está à disposição de qualquer um dos colegas Vereadores e Vereadoras que estão aqui. A prestação de contas foi entregue em uma reunião da nossa Comissão, Ver. Sebastião Melo. Então, o Município prestou contas, o Município entregou a prestação contas em relação à sua contribuição para a Semana Farroupilha. Agora, eu quero dizer às senhoras e aos senhores, Ver. Adeli Sell, que recebi um documento do MTG que dizia bem assim, Verª Sofia: “A quem nós devíamos prestar contas nós já prestamos”. Quer dizer que eles não têm que prestar contas para esta Casa? Têm que prestar contas para esta Casa, sim! E vão prestar contas! Terminada a Semana Farroupilha, passaram as eleições, vão ter que prestar contas para esta Casa, porque têm que prestar contas para a sociedade! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste nesta Casa, Ver. Oliboni, autor desta Lei; eu acho, Ver. Bernardino e demais Vereadores, primeiro, que nós estamos analisando aqui é se Vereador pode ou não pode mexer em Orçamento. É sobre isso que nós estamos falando. Então, o Prefeito acertou! Se nós mudarmos a Constituição brasileira nos seus artigos oitenta e pouco e 165, eu quero dizer, Ver. Oliboni, que temos que derrubar o Veto, mas, antes, temos que modificar a Constituição. Essa é a primeira coisa, Ver. Bernardino; então, V. Exª está correto, tem que manter o Veto, porque se trata do seguinte: excesso de arrecadação, se tiver, quem tem que destinar é o Executivo, senão, nós estamos invertendo o papel.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Bom, pode estar errada a Constituição, mas é assim. Agora, vamos ao fulcro da questão, Ver. Bernardino. V. Exª não soube precisar, eu também não, mas sei que foi na década de 1980 que começou o Acampamento Farroupilha. Eu não sei se essa modelagem, Ver. Cecchim, vem de lá. Qual é a modelagem que gesta essa matéria? Acho que este é o fulcro da questão. O Executivo vai lá no MTG e convenia com o Movimento Tradicionalista Gaúcho, Ver. DJ, e dá ao MTG as condições de ir ao mercado buscar patrocínio para fazer a festa.

Há vinte anos, a festa não era atrativa, a arrecadação era pequena. O Governo botava água, luz, caminhões de brita. Só que as coisas mudaram: o Parque, hoje, é mais comercial do que tradicionalista. Eu acho que essa discussão, Ver. Bernardino, nós temos que fazer também. Eu vejo muita gente na fila, Ver. Pedro Ruas, querendo três metros quadrados para acampar, para reverenciar os seus piquetes e as tradições do Rio Grande, e não conseguem. Mas eu vejo as empresas comerciais com cem, com duzentos metros, esbanjando espaço no Parque da Harmonia. Será que isto está correto? Pois então nós temos que adendar esta discussão.

Tornou-se atrativa a festa, portanto o MTG vende os espaços comerciais para o pasteleiro, para o açougueiro, para o vendedor de botas, e vai botando no seu caixa único.

A Prefeitura, até então, não teve perna e nem orçamento, e nem esta Casa destinou orçamento para isso. Eu acho que nós temos que fazer essa discussão. Vamos acabar com o patrocínio e vamos botar dinheiro público para o Acampamento Farroupilha? Temos perna para isso? Vamos tirar dinheiro da Saúde, do asfalto, da creche? Eu creio que não! Eu acho que nós temos que dividir e fatiar essa questão. Eu acho que o Ministério Público tem que agir para trás, e nós temos que agir para frente. Se há problemas de contas, eu acho que o Ministério Público tem que agir. Por que o Ministério Público age em tantas coisas e não vai agir nesta?

Então, eu acho que está na hora de a Comissão desta Casa, Ver. DJ Cassiá, pegar tudo o que foi debatido, todas as notas taquigráficas, todos os depoimentos, e V. Exª redigir uma petição fundamentada para nós levarmos ao Ministério Público para que investigue. Mas nós temos que corrigir para frente.

A pergunta é: queremos continuar com essa modelagem? Porque a modelagem que está aí, Ver. Toni, permite, segundo informações que tenho, que o MTG fique com uma parcela de 5% a 20% do valor que arrecadou.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Bosco Vaz se inscreve e cede o seu tempo ao Ver. Sebastião Melo, para que continue discutindo o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Obrigado.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu até vou procurar ter outra participação, porque vou trazer números. Eu não estava preparado para isso, porque optamos por deixar este assunto lá para frente, para não misturar, pois estamos num momento político, de festejos da Semana Farroupilha, enfim, até para não comprometer, de repente, alguém que poderia pensar que nós estivéssemos fazendo isso por razões políticas, o que não é verdadeiro. Bom - V. Exª participou, bem como o Ver. DJ Cassiá, que é o Presidente da Comissão -, nós fizemos aqui duas reuniões: de uma delas participou o Presidente do IGTF; da outra, participou o Presidente do MTG e, nas duas oportunidades, essas autoridades assumiram o compromisso de nos fornecerem as notas fiscais. Quando seria o terceiro encontro, enviaram um documento dizendo que, no seu entendimento, não deveriam prestar contas para esta Casa. Olhem só! Em princípio, se tinham esse entendimento, deveriam ter alegado isso lá no início, ainda que nós não precisemos nem questionar: há um Próprio municipal, a área é pública e tem verba do Município; há duzentos mil reais do Município, fora outras doações. Então, só para tentar contribuir com o seu discurso, quero dizer que não há como nós retrocedermos, não há outro caminho a não ser o de seguirmos, a bem até de defender pessoas idôneas que, de repente, possam estar sofrendo acusações de forma injusta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Obrigado. Ver. Bernardino, em primeiro lugar, eu acho que nós todos estamos falando a mesma linguagem.

Para eu fazer tudo pelo Poder Público, eu tenho que fazer licitação de tudo, correto? Aí, eu já ouvi uma choradeira, já ouvi duas pessoas dizendo que quando o convênio era feito com o MTG, o aluguel dos banheiros custava 30% menos. Isso procede? Agora, fazendo a licitação, é 40% mais caro. Então, afinal de contas: “se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”?

Quero dizer o seguinte: o Poder Público presta contas do que é dinheiro público, e, até onde eu sei, a Secretaria prestou contas do que é dinheiro público. Agora, talvez, o que pode ser feito é a Fazenda Municipal criar uma espécie de força-tarefa na prestação de contas do Acampamento Farroupilha junto à Secretaria da Cultura. Há caminhos para isso, basta querer.

Então, Vereador, querido amigo Aldacir José Oliboni, V. Exª deu um passo adiante. Por quê? Porque é lei agora - é lei - prestar contas em trinta dias, publicar no Diário Oficial, colocar no Portal Transparência; ponto.

O que o Prefeito vetou? Ele vetou aquilo que tinha que vetar. Como disse bem o Ver. Bernardino: até hoje não teve nenhum excesso de arrecadação, só prejuízo. Mas se tivesse, V. Exª queria destinar.

Agora, o que eu acho que esta Casa tem que fazer também, Ver. Bernardino - e V. Exª foi autor desta Emenda, com mais 35 Vereadores -, é um pacto no sentido de que em março do ano que vem, Ver. Dib, esta Casa possa fazer uma inspeção no Parque Harmonia para ver se estão começando as obras de drenagem. Cadê o cronograma? Não deu este ano? Não deu este ano! Está bem, mas será que vão desrespeitar uma Emenda de 36 Vereadores? Se desrespeitarem uma Emenda de 36 Vereadores, é melhor que nenhum Vereador faça Emenda ao Orçamento desta Casa, porque ela não foi feita por um, foi feita por 36 Vereadores! E a drenagem do Parque vai qualificar enormemente os espaços daquele local. Não deu este ano? Não deu este ano, mas há de dar no ano que vem. E não adianta cobrar em novembro do ano que vem, nós temos que cobrar no início do ano, e, depois, nos festejos Farroupilha.

Então, companheiro Bernardino, V. Exª tem levantado e sustentado este debate, e eu quero dizer que é bom haver transparência sempre. Agora, precisamos direcionar para os canais corretos essa busca da transparência. Muito obrigado. Obrigado ao Ver. João Bosco pela cedência do espaço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, esta é uma matéria muito importante. Nós estamos tratando de um dos mais importantes eventos culturais da Cidade, mas também de um evento onde há uma circulação de dinheiro muito grande, de dinheiro público, de dinheiro que falta na Saúde, que falta para pagar funcionários, que falta para limpar a Cidade, que falta em todos os cantos da Cidade. A Prefeitura alocou, neste ano, trezentos mil reais, sem contar o batalhão de funcionários do DMAE, do DEP, da EPTC, etc. e tal, afora o dinheiro da Lei de Incentivo à Cultura, afora o dinheiro da Lei Rouanet, afora os patrocínios de empresas públicas. Eu pergunto: se a água do Parque Harmonia, se a água de Porto Alegre é do DMAE, por que, em alguns momentos do passado, a Corsan teve que financiar esse evento? Faço esta pergunta, porque, afinal de contas, perguntar não ofende! Também quero saber da prestação de contas, que não foi feita. E não adianta virem essas figurinhas carimbadas do MTG, que representam eles e eles mesmos, porque os piquetes, os CTGs de fato, aqueles que levam a cultura gaúcha o ano inteiro, não estão representados nessa Diretoria do MTG nem na Fundação do MTG!

Estivemos, ao meio-dia, os Vereadores, ali no Parque. Demos uma caminhada, e várias pessoas, DJ Cassiá, vieram falar comigo - isso que eu não sou uma pessoa vinculada diretamente à questão da Cultura, não tenho uma inserção como o Bernardino e outros aqui têm, mas eu não amarelei diante das questões que me foram trazidas. E continuo a dizer que não só que tem de botar na cadeia quem matou aquela pessoa esta semana; também tem de ser punido quem esfaqueou aquela mulher; e quem tem que devolver dinheiro e até ir para a cadeia, são outras pessoas. Eu estou falando de ir para a cadeia, porque se fosse um cidadão comum, como já aconteceu no Brasil, que roubou um pote de margarina num supermercado, iria para a cadeia. Agora, é o seguinte: na prestação de contas tem rombo, rombo muito grande, gente! Nas bailantas que são feitas ali, entram merrecas; no estacionamento, em que se pagam dez reais, entram merrecas; do pessoal que paga o olho da cara para ter um comércio ali, entraram cento e vinte mil reais. Vocês estão brincando com o povo de Porto Alegre, e não querem prestar contas para a Câmara!

Amanhã, leiam o meu boletim eletrônico; estou com as notinhas prontas, vai sair amanhã, trinta mil pessoas vão receber; nele eu presto contas e vou apontar as maracutaias do Acampamento Farroupilha! Por isso, Oliboni, deve ter transparência, por isso tem que prestar conta! Pode sobrar dinheiro, mas não para enfiar no bolso de alguns politiqueiros que circulam em tudo que é lugar, como se fossem os reis da cocada! Fazem insinuações para cima de nós! Eu quero que venham e digam, aqui ou na reunião, que eu sou um “catarina de não sei o quê”, porque eu não vou dizer a palavra; eu não vou dizer a palavra! Eu não vou me rebaixar a essas pessoas que não têm estatura ética e moral, mas que posam de grandes coisas, porque têm - sei lá! - um título. Mas que título? Mas que título?! Título de sacanagem, de pilantragem e de roubalheira! É isso. Eu provo, eu mostro, porque Porto Alegre não pode se dobrar diante da pilantragem...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu só queria entender por que o Veto, Ver. Oliboni, porque a Prefeitura precisa de recursos. Por exemplo, não tem recursos para estender o mesmo benefício que está estendendo aos médicos ao conjunto de funcionários, e veta - vejam bem - que uma parte do recurso que a iniciativa privada põe no Acampamento beneficie e financie a infraestrutura para o próprio Acampamento! Eu não entendi! Se dá para gastar trezentos mil, mais tudo o que o Ver. Adeli enumerou aqui, num evento cultural importante, é verdade - aqui não está em discussão a importância, quem é adepto ou quem não é -; se dá para gastar tudo isto, e agradecer a iniciativa privada que vende cerveja lá, que faz divulgação, bota todas as propagandas, bota recurso, estacionamento - aquilo ali rende muito -, e o Prefeito não quer, para garantir que não tenha que gastar no outro ano, eu não entendo qual é a lógica de construção do Prefeito Municipal.

Se formos comparar com outro evento da Cultura, houve uma luta aqui, das Artes Cênicas, que aprovaram o Fundo de Fomento às Artes Cênicas. Os grupos de teatro vivem na miséria em Porto Alegre, e aí conseguiram uma parte, conseguiram cem mil reais para fomentar - é um recurso mínimo, que não dá para um grupo - para manterem o trabalho o ano inteiro, fazerem espetáculos, ou seja, é ínfimo. Agora, trezentos mil reais, direto, para colocar no Acampamento Farroupilha? Está bem, devem ter a sua argumentação, mas por que esses recursos não vêm da iniciativa privada, de uma parte dos recursos que a iniciativa privada movimenta, que foi a proposta do Ver. Aldacir José Oliboni? Eu acho que esta Casa deve derrubar este Veto, e dizer ao Prefeito Municipal que esse evento já tem condições, praticamente, de ser autossustentável, Ver. Nilo Santos, porque ele está movimentando milhares e milhares de pessoas, com muito comércio, muito negócio, fica um mês inteiro funcionando, ou seja, a Prefeitura não precisa mais gastar. E causa um transtorno enorme para a Cidade, fica um caos aqui ao redor, há a movimentação de funcionários públicos, o que já é gasto suficiente. Então, parece-me que não há lógica neste Veto.

Acho que nós temos que indicar, sim, que o recurso levantado financie o evento, para podermos financiar outras questões essenciais na cidade de Porto Alegre, como é o trabalho sério dos municipários, como é a cultura feita pelos grupos que tem que se sustentar e que são fundamentais para a qualidade de vida da nossa Cidade, como é a Casa do Artista Rio-Grandense. Só há duas únicas casas no País: no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. A Casa é aqui na Vila Anchieta, não recebe um centavo da Prefeitura Municipal, tem artistas idosos que não tem como se sustentar, que deram sua vida pelo trabalho cultural. No ano passado, nós fizemos uma miserável Emenda de vinte e cinco mil reais para recuperar uma cozinha que está podre, para dar dignidade àqueles idosos para poderem preparar o seu alimento; não conseguem pagar o gás mensalmente, dependem do apoio de pessoas. É a Casa do Artista, portanto uma política pública, e não tem um pila da Prefeitura para se sustentar. Mas, para o evento que pode ser autossustentável, não tem problema de a Prefeitura abrir mão de recursos privados. Eu não concordo, não está certo, é injusto e acho que a Câmara deve arrumar isso, derrubando o Veto do Sr. Prefeito. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. Mauro Zacher.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Prezado Ver. Nelcir Tessaro, senhoras e senhores, não é fácil - não é, Verª Sofia Cavedon? - ser prenda e fazer demagogia! Este recado é especialmente para a minha admirada Vereadora Sofia Cavedon. Linda prenda, atuante Vereadora desta Casa, admirada cidadã de Porto Alegre, por quem eu tenho todo o respeito e admiração. Eu quero dizer que isso é dito de coração, V. Exª sabe. Agora, não dá para aceitar, Vereadora, que V. Exª venha a esta tribuna e esqueça que o seu Partido foi Governo durante dezesseis anos. Então, faça todas as críticas do mundo e diga assim: “O meu Partido também não resolveu aquilo que está ali”. Faça como eu, Vereadora! Faça como eu: este é o meu Governo, que está tendo dificuldades para resolver. Mas tem que assumir! Faça críticas, mas não negue a sua responsabilidade enquanto o seu Partido governou este Município, por dezesseis anos. É evidente que, se eu tivesse oportunidade, e muitos dos Srs. Vereadores aqui também, tenho certeza disso, agiriam de forma diferente de tantos Prefeitos que tiveram a oportunidade de dar outro encaminhamento para este assunto, e não deram.

Eu inicio, fazendo um pedido todo especial ao Ver. João Antonio Dib. Depois, se me permitir o Presidente da Casa, nós gostaríamos de ter a oportunidade de dar uma distinção ao Ver. João Antonio Dib, porque ele merece, e todos os Vereadores desta Casa tem uma admiração e um respeito pelo seu trabalho, pela dedicação e pela experiência, e por aquilo que tem nos ensinado. Agora, evidentemente, isso não quer dizer que nós venhamos a concordar com S. Exª em tudo. Nós aprendemos com o professor e, às vezes, discordamos dele, e é isso que nós queremos fazer num primeiro momento, respeitosamente, e dizer que, temos certeza absoluta, Ver. João Antonio Dib, que V. Exª entenderá a nossa indignação.

Aqui estão três volumes, encaminhados a esta Casa pelo Secretário do nosso Governo. (Mostra documentos.) Depois de tantas críticas veio o encaminhamento dos documentos, Ver. Sebastião Melo.

Quero que o pessoal que fotografa eletronicamente possa fazer este registro. Olha, só: Ver. João Bosco Vaz, V. Exª que desde o primeiro momento falou em caixa preta. Eu falo caixa em que os números não encaixam. Documento assinado por Manoelito Carlos Savaris, Presidente da Comissão Estadual; Vinícios Brum, Presidente da Comissão Municipal; Oscar Fernande Gress, Presidente do MTG. Receitas geradas pelas Comissões Comércio Espaço Líquido: está aqui, por favor. Eu não quero mentir sozinho. Fotografe, para que alguém possa mentir comigo. Cento e vinte e um mil, trezentos e trinta e dois reais e quinze centavos.

Logo a seguir, vem a prestação de contas encaminhada: Ao cumprimentá-lo cordialmente, Presidente, o Secretário Sergius Gonzaga... E o encaminhamento do Presidente Oscar Gress.

Logo a seguir, nos mesmos volumes, Ver. João Antonio Dib: Receitas de Comércio e Alimentação: duzentos e cinquenta mil; Comércio Varejo: cento e oitenta e dois mil. Isto é uma demonstração clara de que as próprias contas encaminhadas pelo nosso Secretário não fecham. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial, por cedência de tempo da Verª Fernanda Melchionna.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Bernardino Vendruscolo, Ver. Aldacir José Oliboni, Ver. Adeli Sell - Vereadores que historicamente trataram desse tema -; Ver. Bernardino, eu não tenho dúvida de que V. Exª tem razão: há períodos anteriores ao Governo que V. Exª representa que já poderiam ter analisado essa questão. Agora, um erro não justifica o outro, e dois erros não fazem um acerto. Portanto, o momento que nós temos que enfrentar é este: os dados que o Ver. Bernardino Vendruscolo traz à tribuna, e que já trouxe outras vezes - e aqui eu isento totalmente o Ver. João Dib de qualquer indicação, porque ele sempre incentivou essa investigação, sempre.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. PEDRO RUAS: Concedo-lhe um aparte, Ver. Adeli Sell, mas como o meu tempo é muito curto, peço que V. Exª seja breve.

 

O Sr. Adeli Sell: Vou-lhe dar somente um dado. O senhor acredita que foram estacionados apenas dez mil, duzentos e doze automóveis nesse período? Isso é número para um dia somente.

 

O SR. PEDRO RUAS: Isso é um deboche; estão prevendo um milhão de pessoas no dia 20 de setembro.

Esses dados são suficientes, necessários, para aprovarmos o Projeto do Ver. Oliboni, por óbvio, porque as irregularidades são muitas, e graves! E mais: como em todas as situações, como em todos os casos, as irregularidades não são de todos; aliás, são de uma minoria, e uma maneira muito boa de homenagear a tradição nativista, a tradição gauchesca, é exatamente “separar o joio do trigo”, porque, do contrário, fica pesando sobre o conjunto de pessoas que efetivamente cultuam a tradição - que são nativistas, que são tradicionalistas, que são folcloristas - a pecha de estarem, de alguma maneira, participando desse tipo de irregularidade grave, muito grave.

Dias atrás, o Ver. Bernardino trouxe dados aterradores de automóveis que são comprados e que não aparecem na prestação de contas, ou que aparecem, e não se sabe por que foram comprados, nem como são utilizados, ou seja, o Acampamento, segundo esses dados, se transforma, neste momento, Ver. Oliboni, numa imensa fonte de recursos que não se sabe para quem, nem como, e ninguém presta contas!

Então, o momento de investigarmos é agora. É agora! Já há situações gravíssimas do passado que estão ocorrendo neste momento. Como a Câmara vai fechar os olhos para isso? Não tem como! O correto agora é a derrubada do Veto; o correto agora é o Projeto do Ver. Aldacir José Oliboni; o correto é dar seguimento às denúncias que já fizeram os Vereadores Bernardino Vendruscolo e Adeli Sell ao longo do tempo.

Portanto, agora, nós, sabedores que somos de que essa prestação de contas ou não existe, ou é fraudada, precisamos derrubar o Veto. Não importa o que disse a prestação, ela é fraudada, não é verdadeira. A derrubada do Veto se impõe para que possamos exercer a nossa obrigação. É obrigação, porque é área pública municipal, é dinheiro público municipal, é concessão pública. A responsabilidade é municipal e pública. Não temos como adiar ou transferir a responsabilidade da investigação, da fiscalização e do apontamento dos responsáveis. Por que deixar para fevereiro, março ou abril do ano que vem, se o problema está acontecendo agora, ao lado da Câmara?

Portanto, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu faço um apelo. Parece-me que o momento da derrubada do Veto é exatamente este, em função de tudo o que foi dito na Câmara. Reparem bem: houve unanimidade, consenso...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores aqui presentes, todos os que nos acompanham neste debate, venho aqui no sentido de derrubar, sim, o Veto do Prefeito Municipal. Há uma questão essencial nessa análise, nessa discussão que o Ver. Aldacir José Oliboni suscita no Projeto que discutimos e aprovamos, por unanimidade, nesta Casa, que é a arrecadação dos recursos inerentes à Semana Farroupilha e ao Acampamento do Parque Harmonia.

No debate que fizemos na Comissão, dirigida pelo Ver. DJ Cassiá, o MTG negou-se a prestar contas a esta Casa dos recursos arrecadados, e é visível que os números apresentados estão muito aquém do que eles arrecadaram em nome do Acampamento do Parque Harmonia. Vejam só, um dos números apresentados diz que a arrecadação referente à venda de espaços ficou em torno de cento e vinte mil reais, enquanto que, num cálculo simples que qualquer um pode fazer, chegaria a quinhentos, seiscentos mil reais a arrecadação do aluguel dos espaços ali no Parque Harmonia!

O Acampamento Farroupilha no Parque Harmonia não é uma atividade privada. Se é sobre a cultura gaúcha e é num espaço público, todos os recursos arrecadados têm que ter um destino público e serem divulgados com transparência.

Na Emenda vetada, estamos propondo que 10% de todo o valor arrecadado seja investido na infraestrutura do Parque, e o Prefeito veta. Até parece que está sobrando dinheiro na gestão pública! Vejam só alguns números: de todo o dinheiro que aprovamos aqui em investimentos, no Orçamento anual, nos últimos sete anos, foram aplicados somente 38%.

Hoje temos, aqui nas galerias, o pessoal da Saúde. Quem não sabe a carestia que a Saúde pública do Município de Porto Alegre está passando pela falta de investimentos e de recursos seja na Saúde da Família, seja nos nossos hospitais, seja nos pronto-atendimentos? Quem não sabe disso? Porém, no momento em que se faz uma proposta no sentido de que os recursos arrecadados em nome da Semana Farroupilha possam ser destinados para investimento nos equipamentos públicos, para que se faça ali um saneamento decente, um esgotamento pluvial, que se tenha ali um local para a comunidade com muito mais qualidade do que existe hoje...

Portanto, não podemos aceitar o Veto do Sr. Prefeito Municipal, porque estamos aqui discutindo e construindo políticas públicas, e a Semana Farroupilha não é um evento de alguma instituição privada, é um evento de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul - portanto, ela é pública. Esse tema é de todos nós, é de todos os gaúchos e de todas as gaúchas. Deve-se prestar contas do dinheiro que entra em função da Semana Farroupilha, e ele deve ser investido nos equipamentos públicos que vão beneficiar a cidade de Porto Alegre.

Assim, com tranquilidade, a nossa Bancada está aqui para derrubar o Veto do Sr. Prefeito Municipal e prezar para que os recursos públicos, que já são escassos, sejam aplicados nas prioridades da Cidade, seja em Saúde, seja em Educação, seja em Segurança. Portanto, pela derrubada do Veto, e para manter aqui que a arrecadação seja investida no Parque!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Verª Sofia Cavedon, peço a sua atenção, por favor! Ver. João Antonio Dib, quando assumi a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em 2005, deparei, Ver. Dr. Raul, com algo que não esperava: nos eventos em parques, não havia contrapartida para aquele respectivo parque; não havia uma regra para isso. Dependendo do parque ou do caso, poderia haver contrapartida ou não. O primeiro caso com o qual deparei foi num rodeio, em 2005, Ver. Oliboni, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Exigimos uma contrapartida, na época, de nove mil reais. Houve uma reação imensa dos organizadores, porque nunca se havia pedido contrapartida para um evento no Parque, no caso um rodeio, lá no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.

Ver. Dr. Raul, V. Exª sabe, porque um ano depois presidiu a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e nós viemos a esta Casa para explicar a confecção do Decreto - que está em vigor até hoje - dos parques e praças de cidade, que, por esse Decreto - não só o Parque da Harmonia, Ver. Oliboni, mas todos os parques e praças da Cidade - devem obrigatoriamente destinar ou um valor pecuniário, ou material, ou de serviço, proporcional ao evento ao respectivo parque. Portanto, isso já está disciplinado por um decreto chamado Decreto dos Parques e Praças da Cidade, que foi matéria de grande repercussão nos meios de comunicação, em dezembro de 2006. Portanto, esta matéria já deveria ser, Ver. Haroldo de Souza, até ultrapassada. É inadmissível! Se nós formos usar o espaço do Estádio Olímpico ou do Estádio Beira-Rio, seja quem for, vai pagar por isso. Correto? Se for usar um clube, se for usar um salão de festa, o condomínio paga, Ver. Pedro Ruas? Ah, mas parques e praças não; é público. Quem paga a conta? O contribuinte, a sociedade. Isso só foi superado em dezembro de 2006, quando se passou a exigir contrapartidas a qualquer tipo de uso em parques e praças. Então, nós já temos um decreto, e não é só para o Parque da Harmonia, é para todo e qualquer parque e praça. É um decreto! Podemos até transformar esse Decreto em lei, mas não apenas para o Parque da Harmonia, para todo e qualquer parque. Aliás, o mais demandado parque, Ver. Luiz Braz, disparado, é o Parque Farroupilha ou Parque da Redenção. Ele deveria ser menos utilizado em termos de eventos, porque as pessoas vão lá para curtir o parque e não para ir ao evento. Então, teria que ser diminuído o número de eventos, e os poucos eventos autorizados com contrapartida para o respectivo Parque.

E é verdade, sim, Ver. Bernardino, que hoje o Parque da Harmonia, que recebe os eventos da Semana Farroupilha, seria mais do que autossuficiente para fazer os serviços lá dentro; mais do que autossuficiente! E por isso o Ver. Bernardino está de parabéns, por estar tomando a frente desse processo de discussão sobre o uso devido e indevido do Parque da Harmonia; volto a insistir, não só do Parque da Harmonia, ou Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, de todo o parque e de toda...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 221/09 com Veto Parcial, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras; eu quero chamar a atenção deste imenso público que está nas galerias, hoje, sobre o rombo, a safadeza, as barbaridades da última prestação de contas, ou melhor, das últimas prestações de contas do Acampamento Farroupilha.

Vocês ouviram o meu aparte ao Ver. Pedro Ruas, quando eu falei que, na prestação de contas, disseram que foram estacionados, nesse período inteiro do Acampamento Farroupilha, dez mil e duzentos automóveis? Os senhores e as senhoras ouviram bem? Passem agora, num dia de semana, quarta-feira, e vejam quantos estão pagando dez reais em todos os locais, aqui ao lado.

Venham aqui sexta à noite, sábado, domingo e segunda-feira, vamos contar os automóveis e vamos ver onde está esse dinheiro! Vamos vir apenas para fiscalizar! No início de uma bailanta - uma bailanta -, que acontece nesses vinte, trinta dias, numa, Ver. DJ Cassiá, dos quinze contos que cobram, e aí vamos ver a prestação de contas das merrecas que disseram que arrecadaram.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, eu, como Presidente desta Comissão, a CEDECONDH, peço o apoio dos meus companheiros, todos, os 35 Vereadores, logo que passar esse grande evento, porque é um grande evento, é um evento popular, é um evento que não discrimina classes, que é a Semana Farroupilha, passado o evento, eu peço o apoio de todos os meus colegas, Ver. Oliboni, para que se faça um pedido de prestação de contas, principalmente desses estacionamentos, porque é um absurdo! E, como sou Presidente da Comissão, o senhor tem o meu apoio! Se não fizerem a prestação de contas para esta Casa - e já nos desrespeitaram, dizendo que não tinham que prestar contas -, que nós encaminhemos esse pedido ao Ministério Público.

 

O SR. ADELI SELL: Perfeito! Para o Ministério Público, não tenha dúvida que os elementos que eu tenho anotado, a descoberto - e eu passei, há pouco, para a imprensa alguns dados... Do que eles disseram sobre a prestação de contas, porque lista de prestação de contas, Ver. Dib, nem aqui, nem na China, nem no céu, nem no inferno é uma lista; é nota fiscal! Eu pergunto o seguinte: onde está a fiscalização do ICMS? Não precisa de dinheiro no Estado para pagar professor, para pagar escola, para pagar saúde? E a prestação de serviços? Vamos pegar a prestação de serviços daquela empresa que está colocando a rede elétrica. Ela está registrada? Ela está pagando ISSQN sobre cento e oitenta ou duzentos mil reais? São 5%! Cinco por cento sobre duzentos mil reais dá dez mil reais! E onde está o dinheiro? Eu quero ver a prestação de contas, eu quero ver nota fiscal, mas não quero ver em papel de embrulhar pão! E não é por que o sujeito tem um título que ele está acima de qualquer suspeita! Não existe cidadão acima de qualquer suspeita! Quando pega dinheiro público, tem que prestar contas: pode ser Governador, Presidente da República, pode ser Deus! Todos têm que prestar contas! Por que em Porto Alegre alguns desrespeitam a Câmara de Vereadores, e fica por isso mesmo? E ainda ficam chantageando, fazendo pressão, fazendo chacota!

Eu quero dizer que sou catarinense, com orgulho, e gaúcho por adoção; tenho estatura ética e moral, coisa que essa gente não tem! Não tem! E quero que venham aqui na Câmara de Vereadores! Eu quero que venham aqui! Eu não respeito essa gente, essa gente não merece respeito! Nós precisamos fazer uma faxina e acabar com o lodaçal ou lamaçal, tanto fazendo a drenagem como fazendo a drenagem ética, a lipoaspiração ética! Pela moral! Eu defendo dignidade, eu defendo ética, eu defendo prestação de contas...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a discussão do PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, no aparte que o Ver. Bernardino me concedeu, já falei a respeito da matéria, do acerto do Sr. Prefeito em manter o essencial do Projeto. E o Ver. Sebastião Melo fez uma verdadeira oração do que nós devemos seguir doravante, de um processo que se iniciou nos anos 1980, e que, até hoje, não tem uma definição. Eu tenho certeza de que nós vamos fazer uma força-tarefa, aqui, para que o próximo Acampamento Farroupilha tenha as suas diretrizes traçadas já no início do ano. Então, a minha concordância com o Ver. Sebastião Melo.

Eu quero aproveitar os minutos que me restam para fazer uma pequena consideração a respeito do que está acontecendo na Casa Civil do Palácio do Planalto. Eu acho que nós temos que ficar preocupados, muito preocupados com a Receita Federal, com a nossa invasão de privacidade e com esses escândalos que acontecem por perto do Palácio do Planalto. Antes foi o filho do Lula; agora, o filho da Ministra, e eu tenho certeza de que nem o Lula nem a Ministra queriam fazer parte dessas coisas, mas temos que esclarecer. A população precisa saber o que aconteceu e por que isso sempre acontece. E agora acontece aquela operação abafa. Eu acho que os brasileiros, e principalmente nós, os modestos Vereadores aqui de Porto Alegre, também gostaríamos de saber um pouco mais do que está acontecendo.

Precisou a revista Veja fazer uma denúncia grave, gravíssima! Pela manhã, a Ministra disse que não tinha nada a ver; à tarde, o Presidente mandou que os Ministros fizessem os esclarecimentos. A quebra de sigilo bancário e fiscal só não bastam, porque eles são muito espertos para fazer os lobbies com as empresas prestadoras de serviços. O engraçado é que o “mensalão” começou lá pelos Correios, e, agora, novamente, começa outro escândalo nos Correios, com a contratação da Empresa Aérea para fazer esse trabalho.

Então, acho que é um momento de muita preocupação. É momento eleitoral? É momento eleitoral, mas se vale para discutir os assuntos de Porto Alegre, os assuntos do Rio Grande do Sul, tem que valer, também, para discutirmos os assuntos de Brasília, que são graves, e precisam de uma resposta urgente. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não há mais quem queira discutir. Em votação o PLL nº 221/09 com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Aldacir José Oliboni, autor do Projeto, está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 221/09 com Veto Parcial.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, público que acompanha esta Sessão hoje; inicialmente quero agradecer a sensibilidade dos colegas Vereadores ao perceberem a importância da ideia da ética e da transparência.

Nós somos muito cobrados pelos cidadãos, quando andamos pelas ruas desta Cidade, e percebemos que muitos políticos já estão carimbados, porque não percebem que a população tem o poder da mudança. Nós percebemos que este é um momento claro, preciso, para visualizarmos quem, de fato, deseja ética e transparência com os recursos públicos. Então, é um momento sinalizador.

Por outro lado, quero dizer que aqui está um grande grupo de trabalhadores da área da Saúde preocupados com a situação do Projeto de Lei que tramita nesta Casa, que está na Ordem do Dia para ser votado, que transfere um abono apenas para uma parte da categoria, isto é, para um segmento, que são os médicos. E nós, trabalhadores da Saúde, e me incluo na categoria, dificilmente concordaremos com a atitude na qual somente um segmento receberá esse percentual. Esperamos que todos tenham a dignidade para perceber a importância da área da Saúde.

Esse processo não se faz por inclusão, mas se faz por dignidade, quando todos são uma só equipe, e que também querem um percentual proporcional àquele que ora estaria recebendo a classe médica. Portanto, é importante rever essa questão. Ponto.

Senhoras e senhores, com a ideia de sensibilizar os colegas Vereadores quanto ao Projeto, Ver. Comassetto, e colega Ver. Adeli, que estava aqui eufórico e que tem acompanhado muito esse processo da prestação de contas, pergunto apenas uma coisa ao MTG: os espaços públicos ora terceirizados são legais? Nós sabemos que não são legais.

Ver. Bernardino, nesta prestação de contas que estamos aprovando no Projeto de Lei - e a partir deste ano o MTG e a Secretaria da Cultura vão ter que prestar contas, porque é lei -, eu quero estar sentado naquela cadeira, observando quanto eles gastaram, por exemplo, com o aluguel dos banheiros químicos, como aconteceu no ano passado: noventa mil reais. Noventa mil reais para o aluguel dos banheiros químicos! Dá para construir muitos banheiros, Ver. Bernardino.

Eu quero ver a cara do cidadão que vier aqui prestar contas, e dizer que o recurso arrecadado foi de dois milhões e quatrocentos mil, como aconteceu no ano passado, e dizer que foram gastos esses dois milhões e quatrocentos mil. Mas onde? Num carro, numa van? E para onde foi a van durante o ano todo? Nós queremos saber, de fato, para onde foi o dinheiro público!

Portanto, este é um momento sinalizador de nós concordarmos com a ética e a transparência, votando pela derrubada do Veto. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação nominal o PLL nº 221/09. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADO o Projeto por 04 votos SIM e 18 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial ao PLL nº 221/09.

Eu solicito, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, que façamos um minuto de silêncio, por Requerimento do Ver. Dr. Thiago Duarte, ao falecimento do Sr. Delmar Barbosa Pavão.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Sr. Presidente, pedimos a compreensão de V. Exª, nos dando trinta segundos, para que possamos fazer a entrega de um mimo, ao nosso Ver. João Antonio Dib, em nome dos Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Pois não, Vereadores; podem fazer a entrega ao nosso decano, Ver. João Antonio Dib, em homenagem à Semana da Pátria, a este grande gaúcho, nosso Líder do Governo.

 

(É feita a entrega do mimo.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0541/10 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/10, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, na Rede Municipal de Ensino, o Programa Municipal de Alimentação Escolar Diferenciada para Alunos Diabéticos.

 

Parecer:

- da CCJ. Relatora Verª Maria Celeste: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 02-09-10 (quinta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 015/10 com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, estudantes que estão aqui, demais trabalhadores da área da Saúde, o Governo Municipal tem tratado a Saúde pessimamente, muito mal! Não é por acaso que tenha vetado projetos importantes nesta Casa. Vetou, há poucos dias, um Projeto de Lei que havia sido aprovado por unanimidade nesta Casa, que instituía o Programa Municipal de Combate ao crack em Porto Alegre. Inclusive, disse que o Conselho Municipal de Entorpecentes - Comen - é que determinava uma política para o atendimento de Porto Alegre. Disse, inclusive, que estava tramitando, nesta Casa, um Projeto de Lei que criava um Fundo Municipal para poder gerir uma política de combate ao crack em Porto Alegre. Faltou com a verdade, porque não existe nenhum projeto tramitando nesta Casa sobre esse tema! São muitos os Projetos ora vetados, e depois o Governo diz que valoriza a Câmara Municipal, que valoriza o Legislativo.

Este projeto aqui, Ver. João Bosco Vaz, promove, sim, a dignidade lá no banco escolar. Eu quero dizer aqui qual é o Projeto que ora o Governo Municipal vetou, que é, sim, do interesse dos cidadãos, que é da área da Saúde, que institui, na Rede Municipal de Ensino, o Programa Municipal de Alimentação Escolar Diferenciada para alunos diabéticos. E aí nós vamos perceber o que é diabetes (Lê.): “O diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. Pode surgir em qualquer idade, até mesmo em bebês e em crianças em idade pré-escolar, e, se não tratado adequadamente, pode causar complicações graves. Na vida dos jovens, a doença tem grande impacto, já que o seu dia a dia é alterado com medições de glicemia, aplicação de insulina, regulação da alimentação e da atividade física.

Segundo a endocrinologista e nutróloga Drª Ellen Simone Paiva, Diretora Clínica do Centro Integrado de Terapia Nutricional - Citen -, até pouco tempo atrás, a incidência de casos do diabetes do tipo 1, o diabetes juvenil, era maior do que do tipo 2, o diabetes adulto. Mas, recentemente, tem chamado atenção o crescimento do número de casos do tipo 2, principalmente em crianças e adolescentes. A explicação para esse fenômeno, segundo a Drª Ellen, vem, entre outros fatores, das rápidas e drásticas mudanças na dieta desses jovens, que passaram a consumir mais gordura, mais açúcar e menos frutas e vegetais, culminando com o avanço progressivo da obesidade”.

E aí, Verª Sofia, tu, que és professora, que foste Secretária da Educação do Município de Porto Alegre, sabes o quanto é importante fazer uma diferenciação daqueles estudantes que têm o problema de diabetes dos que não têm. A alimentação já vem para a rede pública, é gratuita, e em nada dificultaria fazer a separação. É um Projeto simples, mas terá grande repercussão social depois de dez ou vinte anos.

O Governo, mais uma vez, demonstra que a Saúde não é a sua prioridade, depois diz que tem uma política muito forte na prevenção com a ampliação do Programa de Saúde da Família, coisa que ele não fez. Sabemos dos recentes escândalos que aconteceram na área da Saúde, com uma empresa chamada Sollus; uma empresa paulista, transferida ou trazida de São Paulo, no paletó ou no casaco, por um Secretário de Saúde, ficando aqui por anos, desviando recursos públicos. Esse tipo de coisa nos indigna muito, porque a todo momento nós, trabalhadores, políticos, Vereadores ou não, somos cobrados na rua por algumas atitudes de alguns governos que não priorizam a Saúde, como fez o Governo do Estado quando não aplicou 12%, aplicando apenas 4% do Orçamento; como faz o Governo Municipal ao não ampliar a rede e quando não promove concurso público. Portanto a rede, com certeza, não atende à necessidade da população, porque, na maioria das Unidades de Saúde, faltam trabalhadores.

Então, é neste momento, num processo como este, simples, mas de grande repercussão, que nós nos indignamos, junto com a sociedade, por não haver uma política pública decente em prol do cidadão.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu quero cumprimentar todos os jovens e estudantes que estão aqui nas arquibancadas; sejam bem-vindos a esta Casa. É muito importante que esses jovens conheçam como os Vereadores trabalham em prol da Cidade e como são discutidos os Projetos para que sejam votados com ampla discussão, na mais plena democracia. Parabéns a esses jovens que estão no Plenário no dia de hoje.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, meus jovens estudantes; permita-me, Sr. Presidente, que as minhas primeiras palavras sejam de agradecimento à manifestação de apreço dos meus colegas Vereadores que me ofertaram um poncho, uma boina, cuia e bomba. Eu nasci em Vacaria, e Vacaria é uma das cidades que mais cultua o tradicionalismo no Rio Grande, é a porteira do Rio Grande. Portanto, realmente me emocionaram muito e levaram-me às minhas origens.

Mas eu preciso falar do Veto do Prefeito ao Projeto de S. Exª o Sr. Ver. Aldacir José Oliboni. O Ver. Aldacir José Oliboni tem uma vocação tardia para Prefeito; é tardia, talvez um dia ele seja. Ele sempre legisla como se Prefeito fora. Ele falou de um Veto que foi apreciado e aceito pela Casa, na semana passada, em relação ao crack. O Prefeito vetou dentro da sua autoridade, dentro da sua legitimidade e dentro do seu respeito à Lei Orgânica. A Lei Orgânica diz que somos dois Poderes harmônicos e independentes: o Legislativo e o Executivo. Em primeiro lugar o Veto tinha vício de iniciativa, então estava justificado, não precisaria dizer mais. Mas, em segundo lugar, aquele Veto ao Projeto do Ver. Aldacir José Oliboni, se o Prefeito sancionasse, estaria impondo à Câmara Municipal uma lei, impondo ao Legislativo uma lei, e isso não lhe cabia, e ele chamou atenção no enunciado do seu Veto. Hoje é a mesma coisa! O Ver. Aldacir José Oliboni é muito preocupado com os problemas da Saúde - isto é verdade! -, é um dos Vereadores aqui que mais entende de hospitais, dessa área ele entende bastante. Mas ele também sabe que o Lula não manda o dinheiro para cuidar da Saúde em Porto Alegre. Trezentos e trinta e cinco milhões de reais ele mandou a menos, até 2009. Agora, o Prefeito, ao apresentar o Veto, disse que há um vício de iniciativa. Mas, por outro lado, a Prefeitura já está fazendo isso. No ano passado, havia dois meninos diabéticos - isto está dito aqui no Veto também -, que foram atendidos sem nenhum problema. Existe lei federal sobre o assunto, e a Prefeitura cumpre. Então, não cabe à Câmara nem ao Ver. Aldacir José Oliboni, fazer leis que determinam obrigações ao Executivo. Não cabe à Câmara fazer isso. A Câmara tem que respeitar o Executivo, como o Executivo respeitou a Câmara não sancionando a Lei que determinava uma obrigação para a Câmara Municipal. O Prefeito disse: “Não me cabe fazer isso”. A Lei Orgânica diz que nós somos dois Poderes independentes e harmônicos. Dois Poderes. Antes, a antiga Lei Orgânica se referia a dois órgãos, aí a lei valia para os dois. Hoje, quando se precisa impor uma determinação para a Câmara, é através de um Projeto de Resolução, e, algumas vezes, só a Mesa pode fazer; nenhum Vereador pode fazer.

Então, vamos ter mais simplicidade, mais lealdade com a Lei Orgânica, e vamos aceitar o Veto do Prefeito, que está absolutamente correto. Saúde e PAZ! E, mais uma vez, obrigado aos meus colegas pelo carinho demonstrado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Primeiramente, eu gostaria de saudar a presença dos nossos colegas municipários e municipárias desta Cidade, que certamente constroem uma Cidade melhor, mesmo com todas as dificuldades; os nossos estudantes, que acompanham a Sessão, hoje, na Câmara, sejam bem-vindos. (Palmas.) Apesar da saudação alegre que eu faço com relação à presença de vocês aqui, eu não posso, em nome do PSOL, em meu nome, em nome do Ver. Pedro Ruas, deixar de dizer que o Prefeito, de fato, não pode, Ver. João Antonio Dib, concentrar todos os poderes. Nós vivemos numa República que tem três Poderes - Legislativo, Executivo e Judiciário. Faltou, talvez, na Constituição, a necessidade do poder popular, mas, enfim, temos três Poderes. É impressionante a quantidade de projetos que nós votamos nesta Casa, relevantes para a cidade de Porto Alegre, que param na mão do Prefeito e são vetados.

É impressionante a quantidade de projetos fundamentais para a nossa Cidade que passam no Paço Municipal pela caneta contrária do Prefeito. Não vou nem relembrar os casos que nós defendemos, Ver. Toni Proença, como o camelódromo, e tantas outras lutas que fizemos nesta Cidade, por um fundo municipal para os trabalhadores, e que, lamentavelmente foi vetado; a orla do Guaíba, que foi fruto da mobilização popular, de uma resposta fragorosa da população de Porto Alegre contra o Pontal do Estaleiro, e tudo isso. Mas quero me deter na questão da Saúde.

Dois Projetos importantes foram vetados nas últimas duas semanas. Um Projeto de combate ao crack, que é uma verdadeira epidemia na sociedade gaúcha e porto-alegrense. O crack está espalhado por todos os Municípios do Estado, sobretudo em Porto Alegre. Nós vemos as mães e os pais desesperados por não terem o que fazer com os seus filhos, porque não há leitos públicos para tratar a dependência do crack. E o Projeto foi vetado pelo Prefeito Municipal.

Agora um Programa que trataria de uma questão elementar, do ponto de vista do Executivo, que é a prevenção, o acompanhamento, um programa municipal com relação ao diabetes. Mas não é para menos! Parece-nos que a Saúde sempre é relegada ao segundo plano. Talvez seja porque no Orçamento Municipal, enquanto a média de gastos, de 2005 a 2008, em publicidade, foi onze milhões e meio de reais - onze milhões de reais gastos com publicidade, ou seja, colocando nos jornais coisas, fazendo propaganda do seu Governo! -, nesse mesmo período, prezada Carmen, Presidente do Simpa, foram gastos três milhões e meio, em média, com a Saúde.

Pode a gente aceitar que um Governo destine, Ver. Pedro Ruas, trinta milhões para pagar Cargos de Confiança e não dê um Plano de Carreira decente para os funcionários, para as categorias da Saúde, que estão lá na ponta, cuidando da população da nossa Cidade? Podemos aceitar calados, nesta tribuna, o fechamento dos leitos, como foi no Hospital Presidente Vargas, como foi no Hospital Porto Alegre, agora no Hospital Beneficência Portuguesa, onde os trabalhadores ficaram dois meses sem receber salários? Pode a gente aceitar a retirada sistemática de direitos - que começou há muitos anos, lá com a bimestralidade - dos trabalhadores municipais da Saúde e dos outros?

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: E, ao mesmo tempo, podemos aceitar a terceirização dos serviços? E a terceirização, como sempre diz a minha querida Luciana Genro, e eu quero parafrasear, é a porta aberta para a corrupção. Via de regra, a terceirização é a forma de burlar licitação, de trazer empresa quadrilheira para roubar dinheiro público, como foi o caso da Sollus, em Porto Alegre...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: ... e a forma de desvalorizar o serviço público municipal.

Então, eu queria fazer um protesto muito sincero nesta tribuna, porque do jeito que está não é mais possível! E que não só os municipários, os jovens, os Vereadores não aturem mais essa situação com relação ao Prefeito Municipal, mas, por favor, que a população de Porto Alegre se levante para combater a injustiça e defenda uma Saúde de qualidade!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Mais uma vez, Sr. Presidente, volto à tribuna para tentar entender, e tentar sensibilizar a Câmara para corrigirmos, na minha opinião, uma postura não compreensível do Prefeito Municipal, porque a Rede Municipal de Ensino evoluiu muito em relação à alimentação escolar. Eu ouso dizer que ela é melhor, tem uma adequação pedagógica, um trabalho melhor do que muita escola privada em relação à alimentação oferecida aos alunos. Nós construímos, com as técnicas em nutrição, com as direções, com as nossas nutricionistas, um debate, com a Rede, de inclusão também deste momento no projeto pedagógico da escola. Todas as escolas municipais, Ver. Oliboni, usam bufê, trabalham a educação para a alimentação, trabalham a autonomia para a escolha dos alimentos, estimulam a que não haja restos, estimulam as crianças a planejar do que vão se alimentar, trabalham, Ver. DJ, com uma alimentação balanceada. Nós temos um investimento importante, de mais de uma década, em alimentação escolar. A Prefeitura põe tanto quanto o Ministério da Educação envia, o que é bem diferente nas escolas estaduais, porque a SEC só envia o recurso para a escola gerenciar, inclusive o recurso que vem do Governo Federal, ela não coloca nada mais. Logo, crianças do mesmo bairro, às vezes, irmãos, Ver. Dib, na escola municipal têm uma alimentação balanceada, adequada e, na estadual, uma alimentação muito empobrecida, quando é preparada, se tiver funcionários públicos.

Portanto, Ver. Oliboni, nós já temos plenas condições de realizar essa discriminação da alimentação para as crianças. Condições e dever, porque nós trabalhamos com uma educação diferenciada, com acolhida da diferença na escola, com esforço para a inclusão escolar, com esforço para os lactários, Ver. Dr. Thiago, nas escolas infantis, já que a gente tem há muito tempo uma alimentação diferenciada para os bebês. É possível, sim, trabalhar com essa atenção para a criança com diabetes.

Então, eu não entendo este Veto. Eu não acho, Ver. Dib, que é ingerência no Executivo; é estabelecer critérios para uma determinada política pública! Isso é tarefa do Legislativo. O Legislativo tem uma função importantíssima no sentido de observar a forma como as políticas públicas estão sendo desenvolvidas e adequá-las, melhorá-las a partir das demandas que nos chegam, do acúmulo que temos no debate das Comissões. O Ver. Oliboni tem um acúmulo importante na Saúde, porque está nessa Comissão - há quantos anos, Ver. Oliboni? -, acumulando, debatendo, é um trabalhador da Saúde.

Acho, então, que é um desrespeito com a Câmara, com a construção que a Câmara faz, porque foi aprovado não por ele, Oliboni, mas pelo conjunto dos Vereadores. Mas, mais do que isso, é uma insensibilidade para uma política pública que já tem um grande avanço. Aliás, a Prefeitura segue recebendo prêmios em relação à alimentação escolar pelo processo continuado de qualificação da Rede Municipal de Ensino, de compreensão de que alimentação é parte do processo de formação integral dos nossos alunos. A gente não trabalha só com a mente dos alunos, mas com seu corpo inteiro, porque nós somos corpo e mente, e saúde - homenageando de novo os trabalhadores que estão aqui - é muito mais do que remédios, receitas, hospitais; saúde é prevenção, é educação, fundamentalmente.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Então, para mim, derrubar este Veto é sinalizar a nossa compreensão de que se otimizam recursos, quando se faz Educação, recursos que, muitas vezes, são mal gastos, principalmente em Saúde.

Encerro, dizendo que os jornais desta semana estavam informando que a Prefeitura deve dezesseis milhões de reais para o Grupo Hospitalar Conceição. Onde está esse recurso, dinheiro do Governo Federal do qual, no ano de 2009, a Prefeitura não repassou nenhum centavo, Ver. Dib? Então, Ver. Dib, pondere suas críticas em relação ao Governo Federal. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, trabalhadores da Saúde, jovens que aqui estão, este é um tema de discussão sobre a Saúde pública, sobre a formação da cidadania. O que o Ver. Oliboni propôs, e o que o Prefeito está dizendo que não? Vou falar principalmente para as crianças que estão aqui no plenário.

Existe um dia que mundialmente é dedicado ao diabetes, que é o dia 14 de novembro, que se avizinha. Nesse dia, todo o mundo faz uma reflexão para que a sociedade possa compreender as pessoas que têm essa doença e ter políticas públicas.

Para o que serve uma lei? Para que uma autoridade seja responsável pela proteção das pessoas, neste caso, as que sofrem de diabetes. O Ver. Oliboni propôs que, na cidade de Porto Alegre, o Prefeito Municipal seja a autoridade responsável por proteger essas minorias que são as crianças portadoras de diabetes.

A crianças portadoras dessa doença não podem ter uma quantidade de alimentos que as pessoas normais têm, porque elas passam a sofrer um conjunto de consequências na sua saúde e têm que receber todo um tratamento especial de acompanhamento dos pais ou dos professores. Elas têm que injetar ou tomar medicamentos com frequência para manter seu equilíbrio. Bom, se não tem nenhuma pessoa responsável... O Ver. João Antonio Dib, que é Líder do Governo, traz aqui um debate equivocado. Nós perguntamos ao Governo e ao Líder, Ver. João Antonio Dib, se nas escolas, onde estão estudando essas crianças portadoras de diabetes, elas não receberem o tratamento adequado, quem será o responsável? Ninguém! Porque não tem uma lei que determine essa responsabilidade. Essa é a diferença do debate aqui. É claro que temos confiança nos educadores, mas aqui não dá para generalizar a confiança.

Então, prezadas crianças aqui presentes, nós sabemos que, quando uma criança tem uma doença específica, ela tem, sim, que receber também uma proteção específica e uma proteção à luz da lei. E esta Casa, que é o Legislativo, é responsável por elaborar essas leis.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, é federal, e determina para todo o Brasil o atendimento; o Município atende dois meninos diabéticos. Eu perguntaria, porque o Ver. Dr. Thiago me perguntou, e eu não sei responder, por que o Partido de V. Exª fechou os CIEPs, se tem tanta preocupação com a alimentação das crianças?

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto continua com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, por que tem que haver uma lei municipal? E o senhor, como um grande legislador, sabe que hoje a Educação é dividida na responsabilidade republicana, que o Ensino Fundamental é de responsabilidade do Município, o Ensino Médio é de responsabilidade do Estado e o Ensino Superior é de responsabilidade da União. Portanto, de quem é a responsabilidade pelas crianças do Ensino Fundamental? Da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Por essa razão, se já existe uma Lei Federal que responsabiliza o Sr. Presidente da República - o Presidente Lula, neste caso -, que tem feito uma excelente política de Educação, inclusive criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica, o Fundeb, que está destinando recursos, que determinou, por política pública, ser obrigatório que todas as crianças, a partir de quatro anos, estejam em escolas, e que a responsabilidade por sua educação é do Estado.

Agora, o senhor vem me dizer que, em Porto Alegre, já há duas crianças com diabetes que são atendidas. Eu pergunto: qual é o percentual de crianças da nossa população que sofrem com essa doença? Certamente, não são só duas crianças; com certeza, nós temos, nos quadros do Município de Porto Alegre, centenas de crianças que sofrem de diabetes. Portanto, todas essas têm o direito de receber esse tratamento alimentar diferenciado.

Nós estamos aqui tratando, sim, de constituir uma responsabilidade legal a quem é de direito; no caso, é o Sr. Prefeito em exercício, o Prefeito Fortunati.

Portanto, Ver. João Antonio Dib e colegas Vereadores, este Veto não é um Veto que constrói, que reconhece as minorias, inclusive, neste caso, as minorias com doenças específicas.

Portanto, estamos aqui fazendo este debate, dizendo que é um debate de Saúde pública, é um debate de conscientização, de afirmação e de garantia dos direitos da cidadania, e, principalmente da cidadania de nossas crianças. Se nossas crianças têm direito à Educação, também têm direito ao tratamento de saúde.

O senhor cometeu um equívoco aqui: quem deve cinquenta e dois milhões para a Saúde de Porto Alegre, hoje, é a Governadora Yeda Crusius, que não os repassou aos cofres públicos municipais. O Hospital Beneficência Portuguesa, o Hospital Vila Nova, e muitos outros, estão fechando, porque o Governo do Estado não repassa os recursos para a Saúde pública do Município de Porto Alegre!

Vou concluindo, Sr. Presidente. Peço que os colegas Vereadores derrubem o Veto do Sr. Prefeito Municipal, pela garantia e para o avanço da Saúde pública. Como acontece nos hospitais, quem sofre de diabetes, já tem uma alimentação diferenciada. Os trabalhadores da Saúde já sabem disso, já trabalham nesse sentido. Por que, na Saúde pública, na área educacional, não pode haver uma responsabilidade, não pode haver uma lei que determine quem é o responsável? Se isso falhar, juridicamente, pode ser buscada a responsabilidade. Se não existir a lei, ninguém é responsável. Portanto, em defesa das crianças, em defesa do direito das minorias, em defesa da saúde universal, nós pedimos a todos que derrubem o Veto, inclusive dando uma aula de cidadania às nossas crianças que aqui estão. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, na verdade, eu não viria a esta tribuna, porque eu acho que a participação do Ver. João Dib já havia resumido praticamente aquilo que vai ser o comportamento dos Vereadores da situação aqui nesta Casa. Mas nós não podemos mentir nesta tribuna, porque as mentiras são muito perigosas, Ver. Pedro Ruas; elas acabam fazendo a opinião pública, e a opinião pública não pode ser feita de forma distorcida, porque, senão, nós não estamos prestando um bom serviço para a população.

Quando o Vereador que me antecedeu disse aqui que a Governadora Yeda Crusius não repassou os recursos que devia para o Município, o Vereador deveria ter dito que esse não repasse começou lá na época do então Governador Olívio Dutra - este foi quem não repassou os recursos para o Município. Se ele dissesse isto, eu não viria ocupar esta tribuna, porque as (Expressão retirada por determinação do Presidente.) são distribuídas assim às pencas e, aí, fica muito difícil de as pessoas fazerem um julgamento para poderem ter as suas próprias opiniões. Eu vim aqui, porque não se pode (Expressão retirada por determinação do Presidente.) para poder, de repente, fazer uma opinião pública equivocada.

O então Governador Olívio Dutra não repassava os recursos da Saúde para os Municípios. Então, é por isso que há essa dívida, que, um dia, vai ser sanada.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz, eu escutei atentamente todos os pronunciamentos. Pelo dever da função, eu queria fazer alguns breves reparos. Primeiro, não se pode confundir diabetes tipo 1, que é do infanto-puberal, com diabetes tipo 2, que é a do adulto e do idoso, cuja prevalência é de 5% da população. A diabetes tipo 1, a insulinodependência da criança, do infante e do adolescente, ela tem um percentual muito mais baixo. Em segundo lugar, eu queria perguntar a sua opinião com relação à escola de tempo integral: será que a solução para este problema não está na escola de tempo integral? Não está na equipe de saúde, dentro da escola de tempo integral? Não está com a nutricionista, dentro da escola de tempo integral? E quero lembrar às pessoas e lembrar aos nossos adolescentes e às nossas crianças: a escola de tempo integral em Porto Alegre já existiu em outro tempo, basta olhar a história.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Exatamente. Eu quero lembrar que a Verª Sofia Cavedon já foi Secretária da Educação aqui no nosso Município, ela poderia ter melhorado as escolas com relação a este item. Discutir, agora... Eu acho que ela perdeu, então, a grande oportunidade de fazer o que propõe o Projeto, porque ela tinha tudo nas mãos para fazer. Não fez, por quê? Não entendi. Ela devia explicar isso.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, nós debatemos muito, muitos assuntos, temos muitas discordâncias sobre conceitos...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Isso é normal entre Vereadores.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: Eu lhe pediria que o senhor retirasse a palavra ofensiva que o senhor atribuiu a mim. Uma outra questão, é a origem da dívida, porque hoje o Estado tem uma dívida. Portanto, é uma questão de interpretação.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu não vim aqui para ofender V. Exª Eu apenas gostaria que V. Exª fizesse o reconhecimento de que essa dívida teve uma origem que não foi exatamente com a Governadora Yeda Crusius. Mas eu não vim aqui para ofender V. Exª, eu retiro, então, se V. Exª se ofendeu; eu retiro.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: Obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Apenas quero dizer que essa dívida não começou agora, é lá de trás. Mas, com toda a certeza, eu acredito que...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz continua com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Bernardino, eu só quero dizer que o Ver. Líder do Governo já havia encaminhado muito bem esta matéria, e eu vou votar com a sua orientação. Por isso mesmo não vou continuar nesta tribuna, até porque nós temos mais matérias para votar logo após. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 015/10 com Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu pretendo ser muito rápida, Sr. Presidente, mas, de fato, a marca do nosso Partido, o Partido Socialismo e Liberdade, é justamente a coerência política daqueles que defendem uma coisa antes da eleição e depois da eleição. Portanto, como a nossa marca é a coerência, eu não poderia deixar de dizer que a discussão também não pode ser tratada de forma equivocada. Não é só a Prefeitura Municipal de Porto Alegre que não investe em Saúde! Não é um problema localizado apenas em Porto Alegre, apesar de Porto Alegre ser uma vergonha em termos de respeito com os funcionários, com os municipários, com o Plano de Cargos e Salários, com o Orçamento, com o Programa de Saúde da Família, que tinha uma promessa de ter duzentos e tem cem. (Palmas.) Nós sabemos que há leitos fechados por falta de recurso municipal, como é o caso do Hospital Vila Nova, onde não houve credenciamento a tempo para Porto Alegre receber determinadas verbais federais, principalmente no Programa de Combate à Aids. Mas também nós não podemos dizer que no âmbito federal vai tudo às mil maravilhas! Quem acha isso é porque não foi no Hospital Conceição ver a situação por que passa aquela Emergência, que é de um hospital federal! Quem acha que a Saúde vai às mil maravilhas não conhece a falta de leitos do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, que não beira à perfeição; está longe de beirar à perfeição! Faltam recursos para que os hospitais federais respeitem os trabalhadores! Eu conheço os trabalhadores da Aserghc - Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição -, participei com eles das lutas. E vocês sabem quantos trabalhadores já foram demitidos lá? Foram mais de dois mil trabalhadores foram demitidos somente na última gestão, por um cargo indicado, que tomou a direção do Grupo Hospitalar Conceição. É um grupo de dirigentes que não leva em conta a formação técnica dos funcionários e não respeita aqueles que constroem a Saúde no Grupo Hospitalar Conceição!

Então, não é verdade que a Saúde vai às mil maravilhas e que só faltam recursos municipais! A Emenda Constitucional nº 29 foi aprovada - é uma reivindicação de todas as profissões da Saúde; ela prevê 10% da Receita bruta do Orçamento federal para Saúde -, mas não foi regulamentada pelo Governo Federal! Por que não foi regulamentada? Porque é mais investimento, é mais gasto para eles - na nossa opinião, é investimento -, em Saúde pública. Vocês sabem quanto deixou de sair para a Saúde do Orçamento federal? Trinta bilhões de reais não foram liberados para Saúde, este ano, por falta de regulamentação da Emenda Constitucional nº 29. Então, eu acho que a prática é o critério da verdade, e o nosso discurso tem que acompanhar a nossa prática em qualquer Governo, Federal, Estadual, Municipal, em qualquer organização e em qualquer esfera.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Só para informar, Verª Fernanda Melchionna, que por falta de regulamentação da Emenda nº 29, deixaram de ser repassados à Saúde, no País, em 2010, vinte e três bilhões de reais; em 2011, não serão repassados trinta bilhões de reais.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Pedro Ruas, eu acho que isso mostra de onde também não estão vindo as verbas para a Saúde Municipal e Estadual. Além disso, o Governo do Estado não investe os 12% previstos, e nós estamos vendo a proliferação da ambulancioterapia, da vanterapia, e o desrespeito, mais uma vez, com os Municípios do Rio Grande do Sul que não têm o repasse dos valores necessários para investir na gestão plena da Saúde.

Portanto, eu acho que esta discussão é muito importante, porque é uma luta de todas as áreas da Saúde, que ocorre todos os anos, e no Dia Mundial da Saúde - 7 de abril - nós vemos os sindicatos e as entidades lutarem pela Emenda Constitucional nº 29. Quero dizer, Ver. Pedro Ruas, que nós defendemos, não só no discurso, mas na prática, e continuaremos lutando, lado a lado, com os movimentos sociais para que, de fato, o dinheiro venha para Saúde e não para o bolso de banqueiro, ou para o bolso daqueles que sempre ganharam com os cofres públicos e, lamentavelmente, são os que mais exploram os trabalhadores com altas taxas de juros. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação nominal o PLL nº 015/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 07 votos SIM, 12 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto.

 

O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Em homenagem a essas crianças que estão aqui nos acompanhando, e as pessoas que estão nas galerias ...

 

(Tumulto nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Silêncio, por gentileza; o Vereador está se manifestando.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Essas pessoas não estão faltando com o respeito ao Vereador, mas estão faltando com o respeito a uma escola inteira, com estas as crianças, e isso é lamentável.

Então, eu faço um Requerimento, solicitando a inversão na ordem da discussão e votação dos Projetos, para que estas crianças possam acompanhar a discussão e a votação do PLL nº 115/09, de autoria do Ver. Valter Nagelstein.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2731/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/09, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que obriga, na Rede Municipal de Ensino, o ensino sobre o holocausto e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 07-04-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 115/09. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 115/09.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, eu venho à tribuna dizer da importância de as escolas, em relação às representações da memória coletiva de uma sociedade, serem portadoras sobretudo do estudo de algo que não pode ocorrer novamente no futuro. Acho importante que se discutam as atrocidades que aconteceram durante o holocausto - e o Projeto do Ver. Valter é bem claro a respeito disso: o extermínio de milhões de pessoas, a concentração dentro dos campos monstruosos, as piores torturas a que as pessoas foram submetidas, os trabalhos forçados, a câmara de gás, uma série de coisas que todos nós que conhecemos a História temos que resgatar para combater. Houve extermínio de homossexuais - que foram citados também no Projeto -, de ciganos, de comunistas, numa tentativa de liquidar, da maneira mais atroz possível, moralmente e fisicamente. O III Reich - esse horror, essa equipe monstruosa, nazista e fascista também, tivemos outros exemplos na História, como na Itália - promoveu essa brutalidade com o povo judeu, com esses segmentos da sociedade. O meu amigo Hugo Scotte sempre diz: “A memória é uma arma carregada de futuro”. E temos que resgatar sempre a memória. Sempre! Sempre! Temos que discutir a memória não para glorificar o passado, no sentido dos heróis que sobreviveram, que resistiram, que lutaram na sua época, e foram milhares e milhões espalhados pelo mundo tentando combater esse sistema monstruoso do nazismo e do fascismo, mas, sobretudo, para impedir que isso se repita no futuro. A memória é uma arma carregada de futuro! (Palmas.)

Nós não podemos deixar de discutir também - já que o tema é a memória - as atrocidades que ocorreram na ditadura militar brasileira: o sumiço, o desaparecimento, o assassinato de milhares de militantes da esquerda, valorosos, pessoas que perderam a vida para defender a democracia, para que hoje estejamos aqui. Também não podemos deixar de colocar a necessidade de combater a intolerância que acontece nos países com relação à imigração, e hoje nós vimos a proibição do uso véu na França. É um debate a se fazer, porque é toda uma população que tem uma cultura, com a qual eu não concordo como feminista, como mulher, mas o Estado, que quer banir a imigração, não pode dizer para as mulheres como podem ou não se vestir. Não pode o Governo dizer àqueles e àquelas como devem se portar, tornando, assim, mais difícil a libertação religiosa e cultural dessas mulheres, porque, ao proibir determinadas manifestações da sua cultura, vai ser mais difícil a convivência na rua, nas escolas públicas. Temos de combater qualquer tipo de ingerência e qualquer tipo de atrocidade.

Por isso, acho importantíssimo, Ver. Valter, a Câmara se posicionar a respeito desses temas. Certamente, o senhor vai ter o voto da Bancada do PSOL; assim como nós nos pronunciamos contra os ataques aos navios palestinos, V. Exª sabe que também defendemos o respeito, a soberania e a autodeterminação do povo palestino. Parabéns por este Projeto, que contará com o meu apoio. Nós não podemos aceitar atrocidade, em nenhum aspecto, de nenhum povo sobre outro povo. Somos pela autodeterminação dos povos, pela soberania, pelo respeito aos direitos humanos! (Palmas.)

(Revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 115/09.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, saudando o Henry Chmelnitsky, cumprimento todas as pessoas que estão nas galerias. Verª Fernanda Melchionna, seu pronunciamento foi precioso; conheço a sua posição firme em todos os assuntos e eu a cumprimento pela coerência. Eu gostaria, até para homenagear o seu discurso, Vereadora, de ler uma carta da Marlova Jovchelovitch Noleto, Coordenadora de Ciências Humanas e Sociais da UNESCO. Isto é uma homenagem às pessoas que defendem a memória, a coerência e a história de um povo, que defendem a História e, principalmente, defendem a vida, o direito à vida e à dignidade. Ela se refere nesta carta ao Sr. Secretário Valter Nagelstein, que a comunicou deste Projeto (Lê.): “Foi com muito entusiasmo que tomei conhecimento de que hoje a Câmara Municipal de Porto Alegre votará Projeto de Lei tornando o ensino do holocausto obrigatório na Rede de Ensino Municipal. Para a UNESCO, tal iniciativa é um grande passo em prol dos direitos humanos, da ampliação do conhecimento e um resgate da cultura e da memória de toda uma população que sofreu durante esse período. Dessa forma, novas gerações não só conhecerão mais profundamente a história de seus antepassados como também haverá uma maior conscientização para o futuro. Portanto, tal como apoiamos, em parceria com o Ministério de Educação, o ensino da História da África nas escolas públicas no Brasil, ensino hoje implementado, esperamos também que seu Projeto de Lei seja aprovado e, posteriormente, implementado com sucesso nas escolas municipais de Porto Alegre”.

Este documento por si só fala e vem, com o pronunciamento da Verª Fernanda Melchionna, dizer, Vereador e Secretário Valter Nagelstein, que a sua iniciativa foi oportuna, inteligente e apropriada. Certamente, teremos aqui nesta Casa o apoio, para que essas atrocidades não se repitam em nenhum lugar do mundo. E que nós, em Porto Alegre, comecemos a fazer isso nas nossas escolas municipais. Pela aprovação do Projeto! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o PLL nº 115/09. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, venho aqui encaminhar esse tema em nome das Bancadas de oposição - PT, PSOL e PSB - e trazer o nosso voto de apoio ao Projeto, nosso voto favorável ao Projeto. (Palmas.)

Ver. Valter Nagelstein, temos que lutar para que a humanidade saiba da sua história, saiba de qualquer forma de atrocidade, de qualquer forma de destruição da liberdade, de atentado contra a liberdade. E estamos tratando aqui do holocausto, que atingiu não só os judeus como também os ciganos, os homossexuais, atingiu um conjunto de pessoas, mas claro que em grande número a sociedade judaica da Europa. Hoje ainda acontecem, pelo mundo, muitas atrocidades a minorias, a exemplo da África, onde se tem toda uma discussão na região da Eritreia e na Etiópia, onde comunidades são exterminadas, onde as lutas pelo poder e pelo tráfico de diamantes destroem comunidades inteiras, onde povos estão sendo destruídos pela ganância; também há destruição decorrente das questões ambientais, como a dos povos do Ártico. Portanto, a História tem que registrar todas as atrocidades e trazê-las para a discussão e para o conhecimento, neste caso para o conhecimento através do ensino. Assim como já é lei que a cultura negra seja ensinada no sistema educacional brasileiro, deveríamos fazer com que todas as atrocidades que a humanidade sofreu pelas decisões políticas, pelas ditaduras, sejam elas de direita ou de esquerda, sejam conhecidas, como os campos de concentração da Sibéria, que mataram milhões de pessoas; os campos de concentração do nazismo, que destruíram uma sociedade por completo. O Brasil é um país que cultua a paz, hoje está sendo uma referência mundial em defesa da paz. Portanto, o que nós estamos fazendo aqui em Porto Alegre também tem repercussão mundial, e o Ver. Cecchim acabou de fazer a leitura de uma carta da UNESCO, que cumprimenta esta Casa e o Município de Porto Alegre.

Em nome da oposição - das Bancadas do PSOL, do PSB e do PT -, votaremos favoravelmente, para que todos saibam das atrocidades que alguns cometeram. Que isso nunca mais aconteça para nenhuma cultura, para nenhuma etnia, para nenhuma orientação religiosa. A liberdade está em primeiro lugar! Deixo um grande abraço. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/09.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha pela TVCâmara, quero saudar os que estão aqui nas galerias acompanhando as votações dos Projetos. De maneira muito especial, saúdo os estudantes que estão aqui esperando a aprovação do Projeto de Lei do nosso Secretário e Vereador desta Casa, o Ver. Valter, que tem uma bela iniciativa quando propõe a obrigação daquilo que já deveria estar incluído nos nossos livros e na programação pedagógica das nossas escolas. A lei, pelo menos, garante o debate, propõe que ensinemos aos nossos jovens, às nossas crianças uma parte muito triste da nossa história, que é o holocausto. Que possamos passar para a geração que hoje está nas nossas escolas essa mensagem importante em relação a esse triste momento da História, quando foram vitimizados em torno de seis milhões de judeus. Então, saúdo sua iniciativa, Vereador, e quero falar, em nome da Bancada do PDT, da sua proposta, da sua boa intenção no sentido de garantirmos, pelo menos na nossa Rede Municipal, que os nossos alunos conheçam esse triste momento da História.

Aproveito a presença de tantos jovens, que aqui vieram acompanhar a Sessão de hoje, para dizer que este é um assunto com o qual esta Casa, de alguma maneira, tem tentado contribuir não apenas na questão pedagógica, mas também com um programa de prevenção, proposta aprovada por esta Casa, para orientar e capacitar os nossos educadores a trabalhar com as diferenças na escola. Este é um assunto que tem levado a tantos casos de bullying nas escolas, é por isso que eu quero, de novo, o recordar com vocês: não são poucos os casos que acontecem nas escolas, não é pequena a incidência dessa violência, que se caracteriza pela repetição, pela discriminação, pelo deboche e pela humilhação. Não são poucos os casos que envolvem a questão da religião. Quando vou às escolas, costumo lembrar o suicídio, na Inglaterra, de um menino que se tornou alvo fácil de seus agressores, sofrendo violência diária pelo fato de pertencer a outra fé religiosa. Ele tinha cabelo comprido e usava um turbante, o que fez dele um alvo fácil.

Espero que possamos discutir a nossa História, que possamos tornar essa discussão obrigatória aos educadores da nossa Rede Municipal, Ver. Valter Nagelstein; talvez este seja o momento de relembrar e levar a essa garotada na escola esse triste momento histórico. Mas que também possamos avançar com outras legislações que estamos apresentando - falo, em especial, do bullying -, que possamos trabalhar as diferenças e a boa convivência dos nossos alunos na comunidade escolar. Assim, em nome da nossa Bancada, a do PDT, quero dizer que é uma bela iniciativa, Ver. Valter Nagelstein. Estaremos juntos pela aprovação do Projeto. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/09.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos aqueles que nos assistem, profissionais da Saúde que nos visitam, eu gostaria de dizer da oportunidade deste Projeto e saudar o nobre Vereador, o Secretário Valter Nagelstein, pessoa muito dedicada às causas da Cidade e muito especialmente às questões ligadas à comunidade israelita. Aqui temos alunos que vieram nos prestigiar também em função deste Projeto, que é de alta relevância.

Gostaria de dizer para a comunidade que a gente precisa estimular o conhecimento, porque a sociedade realmente só avança com ele; o conhecimento precisa ser estimulado. Coisas negativas que aconteceram no mundo, como foi o caso do holocausto, não podem ser esquecidas, para que não se repitam. Precisamos permanentemente estar atentos, para não deixar que haja perseguições no mundo, assim como com a Fé Bahá'í, por exemplo. Precisamos ter um contato permanente e harmônico com a sociedade, e isso só é conseguido, efetivamente, por meio do ensino, da cultura.

É muito adequado este Projeto, especificamente porque tem uma dinâmica toda especial; ele vai realmente fazer com que isso seja um indicativo aqui no Município. Tenho a certeza de que não vai ficar apenas no nosso Município, é um Projeto que vai ser incentivado e copiado em muitos Municípios do nosso Brasil, quem sabe até mundialmente. São iniciativas como essa que fazem com que coisas ruins da sociedade não mais aconteçam. Muitas pessoas do nosso conhecimento passaram pelo caos do holocausto, seus familiares, enfim, eles sabem o que aconteceu, o que foi aquilo. E agora o Ver. Valter Nagelstein nos traz a oportunidade de dizermos, com clareza, que queremos uma sociedade melhor, uma sociedade mais justa, sem discriminação, em que as pessoas, não importa de onde vierem, a cor que tiverem, a etnia que tiverem, possam viver em harmonia, com dignidade e fazendo o bem para a sociedade. É isso que buscamos.

Tenho certeza de que o Projeto hoje vai ser aprovado por unanimidade e, posteriormente, se tornará lei nesta Cidade. Ficará de exemplo para a História, não só para Porto Alegre, eu diria que o Projeto é um exemplo para a humanidade. Deixo um abraço ao Ver. Valter Nagelstein, nosso Secretário, e a todos aqueles que querem um mundo melhor para viver. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/09.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores trabalhadores da Saúde, senhoras e senhores da comunidade israelita que nos visitam hoje, boa-tarde. De antemão quero assinalar que a Bancada do PPS, formada por este Vereador e pelos Vereadores Paulinho Rubem Berta e Elias Vidal, vai votar favoravelmente ao Projeto apresentado pelo Ver. Valter Nagelstein. E votará favoravelmente porque é da nossa convicção a importância deste Projeto para o desenvolvimento da nossa memória, principalmente para que o estudo da História da humanidade nos leve a prevenir situações futuras tão indesejáveis como essas que aconteceram no holocausto.

Nesta semana, tivemos, aqui neste plenário, uma palestra com o Professor Zander, que apresentava o seguinte título provocativo: “Está a democracia em risco?” E ele centralizava sua palestra em três eixos que podem garantir a democracia. O primeiro deles é a aceitação do conflito. Na verdade, traduzindo, o que ele queria dizer é que é a aceitação da pluralidade, a aceitação das diferenças. E aqui, ao estudarmos o holocausto, nós começamos a trabalhar contra a intolerância. O segundo eixo é a geração de direitos: “A democracia se preserva gerando novos direitos a cada momento”, dizia ele. Por isso fiquei triste, pois nós não geramos o direito dos meninos e das meninas da nossa Rede de Ensino Fundamental ao acesso a uma merenda escolar que prevenisse a diabetes ou, mais do que isso, para quem não fosse diabético. E está dentro desse conceito a proposta do Ver. Valter Nagelstein, a quem saúdo. O último dos três eixos é, justamente, a possibilidade de divulgar, de disseminar conhecimento e informação. Por isso saúdo o pronunciamento da Verª Fernanda Melchionna, que muito bem afirmou: a nossa memória, o estudo da nossa História, a informação do que se passou geram um futuro com mais segurança. Parabéns ao Ver. Valter. Contem com o nosso apoio! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n° 115/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores, minhas senhoras, jovens estudantes; eu sou um homem da paz, não admito violência, entendo que o holocausto é uma parte triste da história da humanidade, assim como as coisas que fizeram Stalin, Fidel Castro - esquecem sempre de falar dele nesta Casa, não sei por que, ele matou quarenta mil cubanos, conterrâneos seus, não eram estrangeiros, não é diferente. É claro que o mundo tem que saber que o holocausto não pode se repetir, o mundo tem que saber que o holocausto realmente existiu, a gente não pode aceitar um iraniano maluco dizer que não existiu. É bom que a juventude saiba que é importante fazer a paz.

Eu quero discordar do meu amigo Toni Proença quando ele falou em direitos. Eu sou contrário aos Direitos Humanos, sempre me manifestei dessa forma. A Carta Universal dos Direitos Humanos é um equívoco para todo o mundo. Nós temos uma Constituição que diz que a Saúde é direito de todos e dever do Estado, e sabemos que o Estado não cumpre o seu dever, que nem todos têm a Saúde à sua disposição; nós temos uma Constituição que diz que o salário mínimo sustenta uma família de quatro pessoas...! É por isso que distribuir direitos não resolve o problema. Eu acho que nós tínhamos que incutir nas pessoas o dever. Se todos cumprirem o seu dever, nós não teremos nada no mundo a lastimar, nada, absolutamente nada! O dever é a coisa mais importante, e o direito nasce do dever, tanto que Deus fez o mundo em seis dias. Primeiro, cumpriu seu dever e, no sétimo dia, descansou, aí era o seu direito. Sai fora do assunto, até um certo ponto, porque o Ver. Toni Proença falou em direitos. Não há dúvida nenhuma de que todos os Vereadores votarão favoravelmente a proposta do nobre Ver. Valter Nagelstein.

Apenas quero fazer um registro de tristeza. Eu disse a uma pessoa que esteve aqui no plenário - chegou tão cedo quanto eu, às 13h30min - que o Projeto não seria votado hoje, porque três Vetos atrapalhariam, e depois teríamos que votar o abono dos médicos. Lamentavelmente, acho que essa pessoa não está presente aqui, peço mil desculpas, porque não foi essa minha intenção. Inclusive, nós alteramos a ordem para que o Projeto pudesse ser votado agora. Então, aquela pessoa, que eu não sei o nome, muito gentil, provavelmente deixou de assistir à votação, porque este Vereador informou mal. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Queria fazer um registro para constar nas notas taquigráficas: que fossem incluídos, a respeito das atrocidades que temos que resgatar para combater, os males que a escravidão causou à população negra do nosso País.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está feito o registro.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 115/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação o PLL nº 115/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

PROC. Nº 1165/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/10, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor Rodrigo Gonçalves dos Santos.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-09-10.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1917/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor João Antônio de Souza Peixoto.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-09-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o bloco composto pelo PR nº 009/10 e PR nº 014/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Por requerimento de diversos Vereadores, os demais itens da pauta de hoje passarão para a pauta da próxima quarta-feira. Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2719/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/10, de autoria do Ver. Paulo Marques, que inclui Seção I-A no Capítulo II da Lei nº 8.133, de 12 de janeiro de 1998 – que dispõe sobre o Sistema de Transporte e Circulação no Município de Porto Alegre, adequando a legislação municipal à federal, em especial, ao Código de Trânsito Brasileiro e dá outras providências –, alterada pela Lei nº 8.323, de 7 de julho de 1999, dispondo sobre o funcionamento da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3010/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 143/10, de autoria do Ver. Beto Moesch, que denomina Rua Martinha Machado Rocha o logradouro público cadastrado conhecido como Rua B – Loteamento Primavera –, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. Nº 3215/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 024/10, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, que concede a Comenda Porto do Sol à senhora Maria Georestaura Correa dos Santos.

 

PROC. Nº 3231/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 155/10, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o título de Cidadã Emérita de Porto Alegre à senhora Nanci Begnini Giugno.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Paulo Marques está com a palavra discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. Não há mais inscrições.

Apregoo Requerimento de autoria deste Presidente, que solicita a retirada de tramitação do PR nº 043/09.

Em votação o Requerimento que solicita a retirada de tramitação do PR nº 043/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE (Questão de Ordem): Por que encerrou a Ordem do Dia, Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerrou porque não havia mais prioridades. Não há quórum para votação dos Títulos, que estavam na sequência da ordem dos trabalhos. Precisaríamos de 24 Vereadores em plenário, e nós temos 22 Vereadores.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Dr. Thiago Duarte. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há doze Vereadores presentes.

O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

Solicito ao Ver. Bernardino Vendruscolo que assuma a presidência dos trabalhos, porque tenho uma reunião.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

(O Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Quero pedir a compreensão das senhoras e dos senhores no sentido de prosseguirmos com os nossos trabalhos. Eu peço, encarecidamente, a compreensão, há um Vereador na tribuna.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Muito obrigado, Ver. Bernardino.

Primeiramente, quero dizer, em meu nome, em nome do Ver. João Bosco Vaz, da Verª Juliana Brizola, do Ver. Mauro Zacher e do Ver. Tarciso, que a Bancada do PDT não concorda com esse posicionamento. Quero dizer também que nem a Bancada do PDT, nem o Prefeito Municipal são contrários a qualquer tipo de porcentagem de abono que se dê ao restante da categoria. A luta, que é uma luta diária - eu, como vocês, sou municipário, trabalho há onze anos na Prefeitura -, se faz somando, buscando as conquistas que outros colegas tiveram. Não é prerrogativa...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Só um momento, Vereador. Se as senhoras e os senhores não colaborarem, nós vamos solicitar aos seguranças que os convidem a aguardar nos corredores. A Sessão está suspensa; enquanto os senhores e as senhoras não colaborarem, nós não prosseguiremos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h47min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo – às 17h48min): Estão reabertos os trabalhos. Agradecemos a colaboração de todos.

 Ver. Dr. Thiago Duarte, V. Exª pode prosseguir.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Colegas, se me permitem chamá-los assim, quero dizer que sou solidário à causa de vocês, o meu gabinete sempre esteve aberto a todos, isso vocês não podem dizer que não é verdade.

Agora, eu quero dirigir à Bancada da oposição algumas colocações. Onde estavam os Vereadores do PT e do PSOL em 2004, quando esta Cidade teve a maior paralisação dos médicos? Esta Cidade teve os funcionários públicos desprestigiados, deletados do sistema! Onde estavam esses Vereadores? Eles estavam nas Secretarias, eles estavam nas autarquias, estavam constituindo o Poder Público Municipal. Quando se fala em médico, uma força sai de dentro do peito, um rancor sai de dentro do peito. Por quê? Porque a opinião que eles vêm dar aqui não é a mesma que acabam alguns parlamentares da oposição dando in off ali. Todos, de forma unânime, falam nesta Casa da falta de médicos. O que eles vão dizer agora?

Por uma manobra diversionista, não votaram lá atrás, até que a pauta realmente fosse paralisada pelos Vetos do Prefeito, e agora, em outra manobra, não votam o abono dos médicos. Realmente, todas essas pessoas querem o caos na Saúde de Porto Alegre! Essas pessoas - aqui fala um crítico de muitas situações na gestão municipal, sou um crítico, todos sabem disso - não querem construir a Saúde Municipal! Essas pessoas querem, sim, este caos, querem que se instale o caos em Porto Alegre. Querem que faltem médicos, querem que, realmente, faltem outros profissionais. Então, é isso que nós estamos vendo. Eu peço que o eleitor que está em casa e que o nosso médico que está em casa reparem direitinho quem estava aqui e quem não estava aqui para votar o abono. Usaram essa manobra mais de quatro vezes; e nós, da Bancada do PDT, cinco Vereadores do PDT, estamos aqui para denunciar isso. Se o caos na Saúde se instalar, se os médicos deste Município paralisarem, certamente teremos responsáveis: os Vereadores que não votaram o abono para os médicos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que nos assistem, profissionais da Saúde, médicos; Sindicato Médico, que também nos prestigia aqui, nós ficamos muito tristes quando vemos esse tipo de situação. Estamos nessa luta há mais de ano, na questão da construção de um plano de carreira médico, do abono salarial, e isso vinha sendo construído de uma maneira unânime e com a própria oposição desta Casa. Há um reconhecimento da Cidade de que os médicos estão superdesvalorizados, de que não se consegue contratar profissionais, especialistas para a área pública, e de que algo urgentemente precisa ser feito. Tanto precisa, que houve, após inúmeras reuniões, esse acordo entre o Sindicato Médico e a Prefeitura, e hoje estamos aqui discutindo esse processo aqui na Casa, para que ele seja aprovado.

Evidentemente, ninguém é contra que outros profissionais da Saúde também ganhem melhor. É óbvio, todos nós estamos na mesma luta. Agora, nós sabemos que existem momentos de se conseguir algumas coisas e momentos de se conseguir a sequência dessas coisas. Talvez este não seja o momento em que vamos aprovar tudo que desejamos. Se vamos conseguir um avanço na área médica... Esperamos conseguir isso, o que, na realidade, não é um grande avanço. Muitas vezes, em discussões no Sindicato, eu dizia que não estamos ganhando um aumento, ganhando um plano de carreira, porque o nosso objetivo, em nível nacional, é muito maior. Todos nós sabemos da nossa luta pelos sete mil reais, pelas vinte horas de trabalho, no mínimo. Então, eu sempre usei esta frase: migalhas também são pães! Na realidade, é migalhas o que estamos recebendo! E todos nós também queremos! Todos os profissionais da Saúde querem um pouco, vamos dizer assim, desse pão! Justamente, querem!

Agora, enquanto Vereador, enquanto médico, estou sempre na linha de frente, eu tenho um pouco da culpa, entre aspas, porque acredito que tenha sido eu que, primeiro, propus essa questão do abono - já se vão aí pelo menos oito meses - como uma forma de amenizar a discussão do plano de carreira e de levar em frente essa discussão. E hoje aqui, mais uma vez, a nossa diligente oposição, como já fez anteriormente, tirou o quórum e tirou a possibilidade de votarmos o abono dos médicos. Nós precisamos discutir em Plenário essa matéria; o Plenário é o local onde essas coisas se resolvem, onde há o embate democrático, é onde se elabora, mediante várias ideias, o que vai ser aprovado nesta Casa. Essa retirada de quórum é muito chata, é desagradável. Ela sinaliza no sentido de que a classe, seja a dos médicos, seja a dos profissionais de Saúde, seja a dos municipários, não avance! Eu acho que nós precisamos ir de degrau em degrau. Tomara pudéssemos ir de elevador, seria bem melhor, mas sabemos que infelizmente o nosso Brasil não prioriza a Saúde como deveria! E aqui já foi falado hoje que são trinta bilhões de reais que não são colocados no Sistema de Saúde por ano, não é? E, quando nós temos a possibilidade de construir pequenos avanços, nós mesmos, ao invés de nos unirmos, nos desunimos! E isso, que era um processo que deveria passar com tranquilidade, talvez com algumas emendas aqui, está sendo procrastinado, na minha maneira de ver, indevidamente. Os médicos não vão mais receber este mês, com certeza, esse valor. Então, a gente teria que ter conversado mais, tentado encaminhar, quem sabe, uma comissão de representação para essas coisas e não perder a oportunidade de negociação, que já vem há tanto tempo. Essa negociação - talvez não totalmente - faria um pouco de justiça dentro do nosso sistema de saúde, que todos nós sabemos que é tão precário - a presença de todos vocês aqui diz isso - e merece ser melhor valorizado. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, lideranças da Saúde que ainda se encontram aqui, são 17h57min, e venho aqui, sim, em nome da oposição, em nome do meu Partido - o Partido dos Trabalhadores -, do PSOL e do PSB. O PT já tomou posição de votar favoravelmente ao abono. Agora, o Ver. Dr. Thiago, representando aqui o PDT, veio a esta tribuna estabelecer uma responsabilidade à oposição e fazer aqui um descarrego... Até entendo, porque o Ver. Dr. Thiago é médico e é funcionário público municipal, e esse benefício também o atingiria, mas não pode de maneira nenhuma querer responsabilizar a oposição por não estar sendo votado esse tema hoje. Ele se referiu a 2004, questionando por que o problema não foi resolvido em 2004.

Meu querido Ver. Dr. Thiago, nós estamos em 2010, e, nesses seis anos, foi feito um desmonte na Saúde Pública do Município de Porto Alegre; nesses seis anos, mataram um Secretário da Saúde do Município de Porto Alegre; nesses seis anos, o Ministério Público determinou que a Polícia Federal fizesse uma investigação e detectou que houve o desvio de nove milhões e seiscentos mil reais dos cofres públicos municipais, algo até o momento não esclarecido. Nesses seis anos, a proposta era de que, em 2008, houvesse 150 equipes de Saúde da Família, nós deixamos oitenta e duas, e hoje são noventa, ou noventa e duas; nesses seis anos, inúmeros profissionais foram demitidos sem justa causa; passados esses seis anos, constatamos que o HPS está caindo aos pedaços e perdeu mais de sete milhões de reais do QualiSUS, porque não havia projeto para se qualificar. Nesses seis anos, não são só médicos que faltam à Saúde Pública: faltam médicos, faltam enfermeiros, faltam agentes de saúde, falta um conjunto de profissionais. Nesses seis anos, a gestão pública do Governo Fogaça fez um acordo no Ministério Público e na Justiça de que mandaria um projeto de lei a esta Casa para montar toda a estrutura da Saúde da Família. Nesses seis anos, houve um compromisso de realização de concurso público para médicos, enfermeiros e agentes de saúde, mas não foi feito. Nesses seis anos... Eu até cansei de enumerar, porque a Saúde Pública está um caos!

Se o abono para os médicos está acordado, nós iremos, sim, votar. É a questão do tempo, e está aqui o Sindicato Médico, que nós respeitamos, e a palavra da Bancada do PT é de que votaremos a favor. Agora, nós somos dez Vereadores dos trinta e seis. Nenhuma Liderança da base do Governo pode subir a esta tribuna querendo atribuir a não votação do Projeto neste momento a nós, oposição. Estamos aqui na proporção dos nossos 20% de votos no plenário. Continuamos na mesma proporção dos demais Vereadores. Sr. Presidente, quero dizer que há uma agenda reprimida. Já conversei com o Líder do Governo e quero falar aqui às lideranças sindicais: tem que se abrir uma agenda com a base do Governo, com a Secretaria de Administração e com o Prefeito Municipal para tratar de um plano de carreira para todos os profissionais da Saúde, para que seja um projeto constitucional, para que não seja penduricalho, mas um benefício definitivo aos trabalhadores da Saúde.

Dr. Raul, V. Exª é médico, a nossa Bancada votará a favor deste Projeto. A responsabilidade pela não votação hoje aqui é devida ao horário e ao conjunto de Projetos que houve. Nós estamos aqui discutindo e, se o Projeto fosse votado agora, votaríamos a favor. Um grande abraço! Muito obrigado e meus cumprimentos a todos os trabalhadores da Saúde que aqui estão.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, muito obrigada, Ver. Bosco e demais Vereadores que continuam acompanhando o debate. Eu acho que é importante, no espaço da Bancada do PT, Ver. Dr. Thiago, complementar aqui os argumentos já colocados pelo Ver. Comassetto sobre o tema da Saúde. Nós passamos a tarde hoje enfrentando temas bastante densos. Começamos com o tema da orla: infelizmente, retiramos uma questão fundamental do Plano Diretor, que era basilar para a manutenção, para a preservação da orla de Porto Alegre. Enfrentamos outros Vetos bastante importantes que o Prefeito Municipal fez. E, para essas situações, a base do Governo aqui estava e garantiu a manutenção dos Vetos do Sr. Prefeito. Na minha avaliação, prejudiciais à Cidade os três Vetos: o Veto relacionado à alimentação das crianças, o Veto relacionado ao Acampamento Farroupilha - recursos privados para fazer a infraestrutura - e o Veto à questão da orla. Então, a base do Governo aqui estava.

Agora, quando do Projeto do Executivo, do Prefeito Fortunati, que é sobre o abono dos médicos - e compreendo que foi o possível de ser construído, é uma conquista da classe médica e com mediação da classe médica, porque eu tenho certeza de que os médicos não buscam o abono, porque isso é um paliativo, eles buscam carreira, tratamento digno, que mantenha e valorize os médicos no serviço público, é uma conquista, e nós reconhecemos -, para votar essa conquista, aqui não estava a base do Sr. Prefeito Municipal - são vinte e seis votos - para garantir o quórum.

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Não todos, Ver. Bosco. Por que eu digo isso? Porque não é justo e não é verdadeiro responsabilizar a oposição, Ver. Dr. Thiago, apesar de reconhecer que era um momento de indignação sua. Por que a oposição vai, sim, enfrentar esse tema, mas vai criticar? Porque mais uma vez o Governo Municipal manda um Projeto para cá que não foi construído com o Sindicato dos Municipários. Não é o primeiro! Há seis anos vêm Projetos fragmentados para cá, de uma só categoria, propostas que não apontam para uma política do funcionalismo; são paliativos, remendos, esparadrapo e indignam outras categorias, dividem as categorias, trazem para a Câmara uma questão insolúvel - aparentemente insolúvel! E nós esperamos que essas duas Sessões que foram interrompidas, nas quais não se enfrentou o tema do abono, sirvam para o Governo chamar o Simpa, chamar os servidores da Saúde, sentar com o conjunto de servidores e estabelecer uma pauta de trabalho, para tratar do plano de carreira dos servidores.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Dr. Thiago.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu sei que o senhor tem acordo, Ver. Dr. Thiago, sei que tem acordo. Então, acho que as sinalizações desta Câmara... Não se trata aqui de responsabilizar a base do Governo, não é isso. As sinalizações são respostas aos funcionários que estavam aqui - funcionários que estão pedindo diálogo, que estão pedindo tratamento igualitário. Nós, infelizmente, lamentavelmente, estamos aprofundando a desigualdade salarial no Município de Porto Alegre.

E eu não me canso de dizer, Ver. Dib, que o Município de Porto Alegre tinha uma matriz salarial mais horizontal, o que permite salários dignos. A matriz salarial do Estado é um desastre: os professores ganham uma miséria, e temos algumas castas, lamentavelmente, que levam grande parte do orçamento. Isso não é correto em serviço público, em política pública. E não estou aqui acusando nenhum dos servidores, estou dizendo que está completamente desorganizada a política salarial do conjunto dos municipários, e cada vez se aprofunda mais o problema a ser superado, Ver. Bernardino.

Então, nós enfrentaremos como uma conquista dos médicos, mas queremos diálogo com o conjunto das categorias, queremos respeito com o Sindicato dos Municipários, que faz um grande esforço para reunir os municipários e para ser um interlocutor sério com o Governo. Um Governo sério, que quer resolver o problema dos municipários, fala com o Sindicato dos Municipários, reúne o conjunto das categorias e não faz desse jeito fragmentado, porque só divide, só aprofunda a desigualdade e coloca a Câmara de Vereadores, os funcionários e o próprio Sindicato numa situação muito complicada, Ver. Bosco, muito complicada! Eu acho que o Governo Municipal tem que tomar outra atitude, tratar de outra forma esse tema.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu fico muito contente, porque, no meu pronunciamento anterior, eu falei que era contrário à Carta Universal dos Direitos Humanos, porque eu sou favorável aos deveres humanos, e ainda citei que Deus cumpriu o seu dever fazendo o mundo em seis dias e descansou no sétimo, que era o seu direito, e assim é que deve ser. Primeiro o dever, depois vem o direito.

Mas eu cheguei aqui antes das 14 horas e ainda estou aqui e assim tenho feito todos os dias. Conversei com o Líder da oposição, e ele, com a correção que o caracteriza, disse, ali na tribuna, que nós tentaríamos fazer um diálogo entre o Executivo e o Legislativo, pelo menos as Lideranças do Legislativo, para que se chegassem às soluções. Agora, eu quero dizer também que não adianta falar nos Vetos. Os Vetos foram bem resolvidos, não há o que discutir; tem que aceitar, porque a Emenda referente à orla era inviável. Eu, hoje mesmo, conversando com engenheiros, fiquei sabendo que eles chegaram à conclusão de que realmente não dava para fazer o que estava escrito. Mas o Sindicato dos Engenheiros pretende fazer um contato com o Prefeito - eu aconselhei isso, aliás -, com o Secretário de Gestão, o Secretário Bacci, fazer um debate para que se defina a orla com perfeição, e a Secretaria do Planejamento já está fazendo o debate sobre a orla.

Agora, essa história de aquinhoar uns e não todos não começou com o Prefeito Fortunati, não; começou muito antes. Quanto ao Simpa, eu já tive mais respeito por ele, já não tenho o mesmo respeito, porque, no ano passado, eu apresentei uma Emenda dizendo que não cabia abono para aqueles que recebiam menos do que o salário mínimo, e o Plenário, por maioria, aprovou a minha proposição, emendando o Projeto do Prefeito, que propunha um abono. O que fizeram quando o Prefeito vetou? Estava ali o Simpa dizendo que era para aceitar o Veto e aprovar o Projeto da forma que viera da parte do Governo Municipal, que era exatamente o abono. Também fiz um pronunciamento mostrando que o Executivo não precisava parcelar a reposição salarial de maio; o Simpa distribuiu meu discurso, depois foi lá e concordou com o Prefeito em relação ao parcelamento. Então, eu acho que já não merece mais o meu carinho e a minha atenção como já mereceu no passado.

Eu acho que, se todos nós cumprirmos com o nosso dever, não precisamos nos preocupar com os direitos de ninguém, porque todos os direitos serão assegurados! Lamentavelmente, é difícil para muita gente cumprir o seu dever; não é o meu caso, eu tenho uma longa vida pública e tenho orgulho de dizer que sempre cumpri com o meu dever e, enquanto eu estiver aqui, continuarei fazendo isso com a tranquilidade de sempre: cumprir o meu dever, atender ao que devo atender, fazer a minha parte para que esta Cidade seja melhor, como todos os Vereadores fazem. E ouço no rádio, diariamente, várias vezes, o Sindicato Médico dizendo que está na decisão dos Vereadores o problema que deixamos de examinar nesta tarde. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Não havendo mais inscrições, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Convidamos todos os Vereadores para amanhã, às 14h, enfrentarmos os Projetos já agendados. Obrigado.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h13min.)

 

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